São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997
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Para dissidente, pena é branda

RODRIGO ONIAS
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE BERLIM

O ex-dissidente da Alemanha Oriental Richard Schrõder esperava penas maiores para Egon Krenz e os outros membros do Politburo.
Shrõeder foi líder do SPD (Partido Social-democrático da Alemanha, sigla em alemão) na Câmara Popular da Alemanha Oriental, após as eleições livres de 1990. Leia a seguir trechos da entrevista.
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Folha - Como o sr. recebeu a notícia do veredicto?
Richard Schrõder - Eu ouvi no rádio há pouco. Considero em geral estranho que os três tenham recebido penas entre três e seis anos e meio. Em outros julgamentos penas assim haviam sido aplicadas. Agora eram membros do Politburo, responsável pelas decisões.
Folha - O sr. está decepcionado?
Schrõder - Não, decepcionado é um pouco exagerado. Mas esperavam-se penas mais pesadas.
Folha - Krenz é realmente responsável por essas mortes?
Schrõder - Se Krenz tivesse claramente feito uma pequena tentativa de mudar a situação... O governo da República Democrática Alemã é 150% responsável pelas mortes. Foi ele que colocou metralhadoras na fronteira.
Folha - Os políticos da antiga Alemanha Oriental exageram a influência da URSS nessas decisões.
Schrõder - É claro que foi a URSS que ordenou o fechamento da fronteira. Mas o que a URSS ordenou, a Alemanha Oriental executou com prazer. Estavam contentes com isso. Se tivessem apresentado pensamento contrário aos russos, nada teria acontecido.

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