São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997
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Baixa em NY e boatos derrubam Bovespa

VANESSA ADACHI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo voltou a registrar queda acentuada, após três dias consecutivos de alta. O Ibovespa caiu 3,85%.
Depois de operar o dia inteiro com fraco movimento e em baixa, um certo nervosismo tomou conta do pregão na sua última uma hora.
Dois fatores motivaram a tensão. A aceleração da queda em Nova York -o Dow Jones encerrou com queda de 1,19%- e novos rumores sobre problemas em instituições financeiras.
Alguns operadores observaram saída de investidores estrangeiros.
A Bolsa paulista abriu em baixa, empurrada por Nova York, que chegou a cair 120 pontos. Mais tarde, a Bolsa novaiorquina se recuperou e a Bovespa continuou em baixa. Quando o mercado de Nova York caiu novamente, no fim do dia, puxou junto o mercado local.
Foi também no final do dia que começaram a rodar pelas mesas de operação boatos negativos envolvendo uma corretora paulista bastante agressiva no mercado de derivativos.
Para alguns analistas, a situação ainda muito ruim dos mercados asiáticos está contaminando os demais. Ontem, o governo da Malásia baixou uma regra para tentar reduzir a volatilidade da Bolsa que causou estranhamento. A partir de agora, um dia antes de executar as operações os investidores precisam depositar seus recursos ou papéis na Bolsa em garantia.
Em Nova York, especificamente, os resgates em fundos de ações continuam pressionando a Bolsa, juntamente com previsões de menor crescimento das empresas. Por outro lado, a migração de recursos para aplicações de renda fixa derrubou também as taxas de juro norte-americanas, ontem.
Câmbio
Depois de cair na parte da manhã, em uma continuação do movimento da quarta-feira, o dólar comercial voltou a ficar pressionado no final do dia.
Acredita-se que o fluxo pelo câmbio comercial tenha ficado negativo em cerca de US$ 100 milhões, o que teria ajudado a empurrar o dólar para cima.
A moeda norte-americana chegou a ser negociada a R$ 1,0905, mas fechou a R$ 1,0931 para venda.
Boa parte dos operadores espera que hoje o Banco Central faça uma última desvalorização do real em agosto. A dúvida é se ela seria de 0,05% ou 0,10%. (VANESSA ADACHI)

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