São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997 |
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'Companhia de Estranhos' é aventura da 3ª idade
JOSÉ GERALDO COUTO
Assim é em "Na Companhia de Estranhos", que estréia hoje. Sete velhinhas com idade entre 70 e 80 anos viajam de ônibus pelo interior. O ônibus quebra no meio do mato, e elas andam até encontrar uma casa abandonada, onde se alojam e passam a dividir a pouca comida e o excessivo trabalho até que consigam um meio de sair dali. O filme se desenvolve, então, em torno de dois eixos: de um lado, há o dia-a-dia insólito e divertido das velhinhas, obrigadas a reaprender a pescar no lago ou caçar rãs no brejo para poder comer. "Espíritos jovens" A canadense Cynthia Scott, estreando na direção, diz que pretendeu mostrar "espíritos jovens dentro de corpos já envelhecidos". Conseguiu, graças à delicadeza de seu olhar e à aproximação calorosa com cada personagem. As atrizes do filme não são profissionais: foram escolhidas em clubes e asilos. Na tela, seus nomes são os mesmos da vida real, assim como suas aptidões: uma canta, outra dança, outra cozinha, outra conhece mecânica de automóveis. Talvez por conta disso, o filme transmita um frescor de "home movie", registrando de modo quase transparente o mundo miúdo e complexo dessas mulheres. Aqui e ali entram imagens de arquivo mostrando as personagens na infância e na juventude, ao som de melancólicas peças de Chopin e Schubert. A trilha sonora ideal para essa ode à vida em seu crepúsculo. Filme: Na Companhia de Estranhos Produção: Canadá, 1990 Direção: Cynthia Scott Com: Alice Diabo, Constance Garneau, Winifred Holden Quando: a partir de hoje, no Espaço Unibanco - sala 3 Texto Anterior: Ozu observa convenções em 'Bom Dia' Próximo Texto: Tela de Di Cavalcanti alcança R$ 560 mil Índice |
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