São Paulo, sábado, 30 de agosto de 1997
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Construtora está no Cadin

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil emprestou R$ 2,7 milhões para a Encol quando a empresa já tinha seu nome inscrito 15 vezes no Cadin (cadastro de empresas e pessoas que devem ao governo federal).
Empresas inscritas no Cadin não podem receber empréstimos de bancos federais, como o BB e a CEF.
A primeira inscrição da Encol no cadastro foi feita em novembro de 1995 a pedido do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Essas informações constam de levantamento feito ontem pelo deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), que tem acesso ao Cadin. A Encol tem 61 registros no cadastro -6 deles feitos nos últimos 30 dias.
Procurada ontem à noite pela Folha, a assessoria de imprensa do BB informou que o banco só vai se manifestar sobre a possível irregularidade no empréstimo depois que o assunto for analisado pela área de crédito.
A dívida da Encol com a Receita Federal é de R$ 115 milhões. Desse total, a empresa conseguiu sustar a cobrança de R$ 50 milhões na Justiça. Os outros R$ 65 milhões já estão sendo cobrados pela Receita.
CPI
O requerimento para a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) destinada a investigar empréstimos dos bancos estatais à Encol já tem 160 assinaturas.
O deputado Eduardo Coelho (PSDB-SP) disse que até terça-feira irá conseguir o número mínimo de 171 adesões para a instalação da CPI.
Ele disse que não será difícil, porque a cada dia surgem novas denúncias sobre a má utilização dos financiamentos dos bancos públicos.
A Folha publicou ontem que a Encol obteve irregularmente uma Certidão Negativa de Débito junto à Previdência Social para obter um empréstimo de R$ 2,7 milhões do BB.
Segundo Coelho, a CPI tem instrumentos eficientes para aprofundar as investigações.

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