São Paulo, sábado, 30 de agosto de 1997
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CVM abre inquérito contra a construtora

DA SUCURSAL DO RIO

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) decidiu ontem abrir inquérito administrativo para apurar responsabilidades dos diretores e conselheiros da Encol.
As irregularidades cometidas, segundo a CVM, seriam a não-realização de assembléias gerais ordinárias nos prazos legais e o suposto desvio de recursos.
A comissão encarregada das investigações será constituída na próxima segunda-feira e terá 90 dias para apresentar seu relatório.
Os diretores da Encol poderão ficar impossibilitados de assumir cargos de direção em outras empresas.
No último dia 25, o dono e diretor de Relações com o Mercado da Encol, Pedro Paulo de Souza, foi multado em 3.000 Ufir (cerca de R$ 2.650), em inquérito de rito sumário, por não ter divulgado informações da construtora nos prazos devidos.
Além disso, por atrasar a divulgação de suas informações, a empresa vem sofrendo multas diárias, num total de aproximadamente R$ 100 mil.
Apesar de não ter ações no mercado, a Encol está submetida à supervisão da CVM porque possui debêntures (papéis conversíveis em ações).
Os principais debenturistas da empresa são o Banco do Brasil, a Previrb (Fundação de Previdência dos Servidores do IRB Brasil) e a Previnorte (Fundação Eletronorte de Previdência).
Passeata
Ontem à tarde, cerca de 400 pessoas, segundo a Polícia Militar, fizeram uma passeata no centro do Rio em protesto contra a situação da Encol. A manifestação reuniu mutuários e trabalhadores da empresa.
A passeata saiu da Candelária, às 13h, e se dirigiu ao prédio do Ministério da Fazenda.
Uma comissão dos manifestantes entregou um documento de reivindicações ao delegado regional de Patrimônio do ministério, Joaquim Viana.
Existem cerca de 6.000 mutuários da Encol no Estado do Rio. Junto com clientes de outros Estados, eles pretendem realizar uma grande manifestação na próxima quarta-feira, em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília.

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