São Paulo, sábado, 30 de agosto de 1997 |
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Protesto contra policiais reúne 10 mil em NY
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
A polícia nova-iorquina, acusada de ter espancado o imigrante haitiano Abner Louima, 30, além de ter abusado sexualmente dele, após uma briga perto de uma discoteca do Brooklyn, mobilizou-se para evitar tumultos. A manifestação da Aliança Haiti-EUA e do Movimento Haitiano contra o Racismo foi do Brooklyn até a Prefeitura de Nova York. No trajeto, outros grupos minoritários juntaram-se aos haitianos. Os democratas aproveitaram o movimento para fazer discursos contra a política do prefeito Rudolph Giuliani, que é republicano e candidato à reeleição. Giuliani implementou uma política de segurança conhecida como "tolerância zero" -ou seja, mesmo crimes menores e contravenções devem ser punidos com rigor. Ruth Messinger e Al Sharpton, que disputam em 9 de setembro a candidatura do Partido Democrata para a eleição municipal, estavam presentes. O ex-prefeito David Dinkins, antecessor e inimigo político de Giuliani, também. A passeata, que segundo os organizadores deveria reunir cerca de 50 mil pessoas, começou com 3.000 e terminou com pouco mais de 10 mil manifestantes. Os democratas prometeram que, se recuperarem a Prefeitura de Nova York, irão aumentar os poderes do comitê que investiga denúncias de violência policial. Pretendem, ainda, acabar com o prazo de 48 horas que policiais denunciados têm antes de serem interrogados sobre as acusações. Líderes de organizações de homossexuais fizeram discursos contra a polícia, acusando-a de humilhações e abusos sexuais. O prefeito, rebatendo acusações de que é condescendente com a suposta brutalidade policial, lembrou que quatro acusados no caso Louima foram presos e outros seis foram afastados de suas funções. Estado de saúde O haitiano supostamente espancado pela polícia teve de sofrer uma cirurgia no intestino. Segundo a equipe médica que o atende, a operação foi bem sucedida, mas seu estado ainda era considerado grave. A piora na condição clínica do haitiano o impediu de receber Abnia Samantha, sua filha de seis anos, que chegou anteontem a Nova York. Os dois não se vêem há cinco anos e meio. A filha de Louima, que também nasceu no Haiti, não conseguia visto de entrada nos Estados Unidos. O serviço de imigração norte-americano decidiu, no entanto, autorizar a menina a entrar no país após o incidente com seu pai. Texto Anterior: Fome mata idosos suecos Próximo Texto: Israel acusa ONU de atrapalhar resgate de soldados em incêndio Índice |
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