São Paulo, domingo, 31 de agosto de 1997
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Anhembi aposta em inovação

RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Faculdade Anhembi Morumbi conquistou seus 6.000 alunos no mercado de ensino apostando em cursos inovadores, alguns pioneiros no ensino superior, mas todos basicamente profissionalizantes.
A escola vangloria-se, por exemplo, de ter criado o primeiro curso superior em turismo, e dá grande valor às notas dadas aos cursos de moda e produção editorial por revistas especializadas em educação.
"Esse é o nosso diferencial. Se não há nenhum curso de design, por que não criar um, se há uma demanda por profissionais com esse tipo de formação?", argumenta o diretor-geral da instituição, Gabriel Mário Rodrigues.
Dividida em vários prédios cortados por ruas estreitas da Vila Olímpia, bairro de classe média de São Paulo, a Anhembi Morumbi tem hoje laboratórios bem equipados de informática, com 600 computadores, um para dez alunos.
Mas a pesquisa acadêmica, item imprescindível entre as atividades de uma universidade, ainda tem pouco espaço na Anhembi Morumbi. A faculdade tem hoje apenas um curso de mestrado, em comunicação social, que formará ao final deste ano nove estudantes.
O diretor-geral discorda dessa avaliação. Para Rodrigues, a legislação é falha sobre a necessidade de pesquisa. "A LDB diz que a universidade deve ter 'pesquisa institucionalizada', mas não há conceituação disso em lugar nenhum."
O maior projeto da Anhembi Morumbi terá seu destino diretamente afetado por essa discussão. O projeto do novo campus, no Brás, previsto para daqui a quatro anos, está orçado em R$ 100 milhões.
Segundo Rodrigues, a Anhembi Morumbi ainda não decidiu se simplesmente transferirá para o Brás os cursos atualmente instalados na Vila Olímpia, ou se criará novos cursos para os 70 mil metros quadrados em construção.
Mas a segunda hipótese torna-se mais viável se a escola virar universidade, ou centro universitário, que por definição não dependem de autorização de ninguém para criar novos cursos. "Outras universidades criam um curso em seis dias. Nós demoramos seis anos para ter o nosso reconhecido pelo MEC", diz Rodrigues.

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