São Paulo, domingo, 31 de agosto de 1997 |
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Corinthians joga simples; São Paulo prega '2 toques'
ARNALDO RIBEIRO; LUIZ CESAR PIMENTEL
No São Paulo, o técnico Dario Pereyra exige um futebol de toques rápidos e, por isso, proibiu as jogadas individuais, marca registrada das estrelas Dodô e Denílson, por achá-las ultrapassadas. Sem tempo de implementar seu estilo e com sete desfalques (Souza, Silvinho, Antônio Carlos, Henrique, Fernando Diniz, Rincón e Renaldo), o estreante Joel Santana se contenta com um Corinthians jogando com simplicidade. A principal novidade tática é observada no ataque, com Donizete e Mirandinha funcionando como pivôs e recuando até o meio para iniciar a armação das jogadas. O time que entra em campo, no entanto, não teve nem sequer uma semana para treinar. Pelo menos o técnico tem a certeza de que cativou o grupo de jogadores com seu estilo "paizão", que alterna broncas e beijinhos. "Às vezes, você não consegue armar um time em um ano, imagine em três ou quatro dias. Ficarei satisfeito se a equipe realizar 10% ou 15% do que eu pretendo", disse. Joel lamentou apenas os vários desfalques. "Até uma seleção sente a ausência de seis ou sete jogadores. Com o Corinthians não será diferente." Se Joel está iniciando um trabalho, Dario Pereyra teme não poder continuar o seu. A série de maus resultados ameaça o seu emprego. "Vivemos um processo de reformulação e alguns conselheiros não entendem isso. Os que pedem a saída de Dario são os mesmos que lhe deram tapas nas costas na final do Paulista. Mas eu não me deixo levar pelas pressões", disse o presidente Fernando Casal de Rey. "Ele tem razão. Numa fase de reestruturação, as derrotas são normais. Em 84 e 85, o São Paulo estava montando um time e não se classificou no Brasileiro. Mas, em seguida, conquistou o Paulista e Brasileiro", afirmou Dario. Dois toques Para acabar com o jejum de vitórias, Dario exige que o time mude a maneira de atuar. Prega o fim do individualismo e dos dribles. "Temos que mudar nosso estilo de jogo, senão não vai dar", disse. "Quero o time tocando rápido, de primeira ou no máximo em dois toques. Se carregarmos a bola, vamos continuar sendo presa fácil para as faltas do adversário", acrescentou. Se Denílson jogar, terá que ser mais solidário. O atacante Dodô é outro jogador que preocupa Dario. "Se ele não soltar a bola, só vai fazer gol de pênalti ou de falta", disse. Para combater o egoísmo de Dodô, o técnico volta a escalar seu parceiro preferido: Aristizábal. "Ele ainda não está bem fisicamente. Não vou exigir que ele jogue bem 90 minutos, só 70", disse. "As viagens constantes para a Colômbia têm me atrapalhado", disse o jogador, que retorna ao seu país amanhã. (ARNALDO RIBEIRO e LUIZ CESAR PIMENTEL) Texto Anterior: Banco em ação Próximo Texto: Donizete vê time 'triste' Índice |
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