São Paulo, domingo, 31 de agosto de 1997 |
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Rubalcaba leva se jazz ao Ibirapuera
CECÍLIA SAYAD
Se o talento de seus "padrinhos" serve como medida para o seu, não restam dúvidas de que essa afirmação merece credibilidade. O instrumentista foi "descoberto" por Dizzy Gillespie (leia texto nesta página) e obteve o visto de entrada nos Estados Unidos -onde reside há cerca de um ano- graças à influência do trompetista Wynton Marsalis (atual diretor artístico do Lincoln Center). Em entrevista à Folha concedida por telefone, no Rio de Janeiro (onde se apresentou de quinta a sábado), o pianista disse que o planejamento é um dos elementos mais essenciais de seu trabalho. "Cada música demanda um planejamento específico, e trabalho a partir das necessidades desse planejamento", diz. É o tratamento de cada peça que consome o maior tempo de Rubalcaba, que também é compositor. "Não sou de compor muito, gasto muita energia no tratamento dado à música. Cada peça tem suas particularidades, tanto rítmicas como harmônicas. Atribuo grande importância ao aspecto formal." Na apresentação que faz hoje, Rubalcaba será acompanhado pelos músicos Jimmy Baylac (bateria), Felipe Cabrera (baixo) e Reinaldo Melian (trompete). Eles compõem, com o pianista, quarteto que existe desde 1990. "Temos um repertório com músicas de minha autoria e outro com standards de jazz e músicas latinas em versões bastante livres." No show que acontece na Praça da Paz, o repertório vai trazer composições de Charlie Parker, Bud Powell e Dizzy Gillespie, entre outros. Bud Powell é, aliás, um dos nomes que influenciaram o instrumentista cubano. "Tenho referências muito diversas, tanto na música popular como na música erudita e no jazz. É um pouco difícil citar nomes. Mas me lembro de que os primeiros instrumentistas que me chamaram atenção foram, além de Powell, Bill Evans e Art Tatum", afirma. Pudera. Rubalcaba vem de uma família de músicos. "Meu pai, Guillermo Rubalcaba, e meus irmãos, Jesús e William, são músicos que possuem um trabalho diferente do meu, que se enquadra dentro de uma tradição de música popular para dançar. Mas o fato de serem artistas me facilitou muita coisa, eles sempre me deram um apoio muito grande", conta. Esta é a quinta vez que Rubalcaba vem ao Brasil. Em 1994, ele participou do Free Jazz com um tributo a Tom Jobim. Show: Gonzalo Rubalcaba Quando: hoje, às 11h Onde: Praça da Paz (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, parque Ibirapuera) Quanto: entrada franca Texto Anterior: A obra Próximo Texto: Músico tem mola nos pulsos Índice |
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