São Paulo, quinta-feira, 4 de setembro de 1997 |
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33 carros da PM perseguem ônibus furtado
RODRIGO VERGARA
O motorista José Maria de Jesus, 45, que foi preso, chegou a ser perseguido por 33 carros de polícia. Mais de 90 tiros foram disparados durante a perseguição, mas ninguém ficou ferido. Pelo menos nove disparos teriam sido feitos pelo motorista, com quem a polícia diz ter encontrado um revólver calibre 38 e um recarregador. Jesus nega o porte do revólver e diz que não estava furtando o ônibus (leia texto nesta página). A perseguição policial durou cerca de uma hora. Começou à 0h30, na avenida Faria Lima (zona sudoeste), e passou por ruas de grande movimento, como Rebouças, Doutor Arnaldo, Heitor Penteado e pela rodovia Anhanguera. José só foi detido por volta de 1h30, quando entrou em uma rua sem saída em Osasco. Os mais de 70 policiais que o cercaram ainda levaram cerca de cinco minutos para convencê-lo a sair do ônibus, que tinha mais de 80 marcas de bala e cinco dos seis pneus furados. Estragos A polícia não conseguiu contabilizar todos os estragos causados por Jesus, que foi acusado de furto e resistência à prisão. "Ele derrubou pelo menos um poste e um muro e destruiu dois carros de polícia. Parecia coisa de filme", disse o soldado Silvano Garcia. O policial foi o primeiro a desconfiar do ônibus, que estava parado na avenida Faria Lima. "Não é comum ter ônibus naquele lugar, àquela hora", disse Garcia. A polícia chegou a bloquear o caminho de Jesus em uma rua do Jardim Baronesa, em Osasco. Um carro de polícia foi colocado no meio da rua, mas o motorista não parou: não freou, acertou na frente do carro e o tirou do caminho. "Uma coisa eu tenho que dizer: esse cara é bom de volante", disse o sargento Abílio Neto da Silva, que acompanhou a fuga desde o princípio. O sargento chegou a descarregar duas vezes seu revólver 38 nos pneus do ônibus. O ônibus que Jesus dirigia havia sido retirado da garagem da Viação Cometa, na Vila Guilherme (zona norte de São Paulo). O motorista usou calça e camisa azuis, semelhantes ao uniforme da empresa, para entrar no estacionamento da viação. Jesus saiu da empresa calmamente, dirigindo o ônibus placa EVC-2700, de São Paulo, que tem um ano de fabricação e está avaliado em cerca de R$ 120 mil, segundo Paulo Correa, chefe de setor da Viação Cometa. "Em 26 anos de empresa, nunca vi ninguém roubar um ônibus de dentro da garagem", disse Correa. Segundo o chefe de setor, até o teto do ônibus ficou amassado. "Acho que ele bateu em uma árvore." Texto Anterior: Conheça os principais pontos do novo código Próximo Texto: Como foi a perseguição Índice |
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