São Paulo, sexta-feira, 5 de setembro de 1997
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Inspeção espera reprovar 50% dos carros

DA REPORTAGEM LOCAL

O consórcio Controlar, vencedor da concorrência para implantar o programa de inspeção de poluição e ruído de veículos em São Paulo (chamado de IM), espera reprovar 50% dos carros que serão vistoriados a partir do próximo mês.
A estimativa é baseada em testes feitos na capital e na experiência implantada no Rio, há três meses.
No Rio, onde não há multa para veículos que não fazem o teste, cerca de 70% foram reprovados por emitir poluentes acima das normas do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente).
Em São Paulo, o IM será obrigatório, anual e vai custar R$ 17,95. Quem for flagrado circulando sem aprovação pagará multa de R$ 275.
Segundo o presidente do consórcio Controlar, Ivan Pio de Azevedo, o alto índice de reprovação esperado é reflexo da falta de manutenção preventiva dos veículos.
"O brasileiro só manda o carro para o mecânico para consertar. Mas essa mentalidade vai mudar com a implantação do IM."
Na segunda-feira, a Folha e a Controlar fizeram teste em dois veículos: um Opala 76 e um Gol 96. Os dois foram aprovados na inspeção de poluentes.
Coordenadores do Conama dizem que os índices fixados para carros velhos são muito flexíveis, o que permitiria a veículos poluidores continuarem rodando mesmo com a adoção do IM.
Azevedo discorda e afirma que o teste comprovou que mesmo um carro velho com boa manutenção pode estar apto a circular.
"Não podemos impedir de rodar os carros mais antigos, que foram fabricados sem equipamentos antipoluição. Mas queremos evitar que o descuido dos motoristas em não fazer a manutenção aumente a poluição", afirmou. Segundo ele, o IM deve reduzir em cerca de 30% a emissão de poluentes na cidade.
Este ano serão vistoriados ônibus, táxis, caminhões de lixo, lotações e veículos de transporte escolar. Em 1998, todos os veículos fabricados desde 97, cerca de 2,7 milhões.

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