São Paulo, sexta-feira, 5 de setembro de 1997
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Autor defende idéia, mas para o futuro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A redução do juro da caderneta de poupança poderia ser feita de duas maneiras: permissão para que cada banco fixe fórmula de rendimento da sua poupança ou fixação de taxa menor que a atual.
A opinião é do economista Fábio Giambiagi, gerente de macroeconomia da área de planejamento do BNDES, ligado ao Ministério do Planejamento.
Em qualquer um dos casos, a mudança teria de ser aprovada pelo Congresso Nacional porque as regras atuais estão fixadas em lei.
Para Giambiagi, a redução da taxa de juros da caderneta de poupança é uma questão que deve ser discutida devido à queda da inflação no Brasil -tendência que deve se manter nos próximos anos.
"Não existe em nenhum outro país do mundo uma aplicação garantida pelo governo que pague em 30 dias juros de 6% ao ano", afirmou. Essa medida, porém, só deveria ser adotada daqui a três ou quatro anos, disse.
Giambiagi é autor de um texto defendendo a redução dos juros de 0,5% ao mês pagos aos poupadores. Esse texto já foi lido e discutido por técnicos do Banco Central e dos ministérios do Planejamento e da Fazenda.
Estudo
O ministro Antonio Kandir (Planejamento) confirmou que o governo estuda esse assunto, mas não deu detalhes. Por enquanto, a discussão dentro do governo é apenas teórica. Isto é, não há nenhuma proposta elaborada.
A principal preocupação do governo é com os poupadores e com o saldo das cadernetas.
"Uma parte dos recursos aplicados hoje em poupança será perdido, mas não é possível estimar quanto", disse Giambiagi.
Com relação ao SFH e ao crédito agrícola, ele afirmou que poderia se procurar outra fonte de financiamento.
Giambiagi disse que o juro de 0,5% ao mês ou 6,17% ao ano foi criado para evitar que os recursos aplicados em poupança tivessem perdas inflacionárias.
Segundo ele, os diversos índices de correção monetária nunca repuseram por completo a variação dos preços. "Os juros nada mais eram do que a reposição parcial dessa correção", afirmou.

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