São Paulo, sexta-feira, 5 de setembro de 1997
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Moedas asiáticas têm nova baixa recorde

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Quatro moedas asiáticas -o ringgit da Malásia, a rupia da Indonésia, o bath tailandês e o peso filipino- caíram a níveis recordes diante do dólar ontem, apesar das tentativas das autoridades de conter o caos no mercado financeiro daquela região, informaram corretores das Bolsas de Valores.
O ringgit caiu abaixo de seu limite anterior de baixa de 3,0000 em relação ao dólar, fechando a 3,0005, o que provocou uma situação de pânico na Bolsa de Kuala Lumpur.
"A atenção está voltada para o ringgit, mas outros há fatores internos agravando o quadro", afirmou Alison Seng, analista da empresa Standard and Poor's.
O primeiro-ministro da Malásia, Mohamad Mahathir, anunciou ontem que o governo vai desbloquear US$ 20,7 bilhões para ajudar o mercado. A Bolsa voltou a cair ontem 2,6%, pelo décimo dia consecutivo.
A rupia indonesa baixou a um nível recorde de 3.060,00 por dólar, em comparação aos 3.025,00 do dia anterior, após a decisão do governo de reduzir as taxas de juros. A medida foi adotada visando baixar as importações e os gastos públicos no país.
O peso filipino também teve queda recorde, atingindo 32,41 por dólar, diante dos 31,70 da quarta-feira.
Taxa de juros
Em Manila, capital das Filipinas, operadores do mercado atribuíram a baixa ao anúncio do banco central de medidas buscando reduzir as reservas líquidas do país, de forma a limitar a alta na taxa de juros.
O bath tailandês fechou ontem a 35,65 em relação à moeda norte-americana, contra os 35,50 de quarta-feira nos mercados estrangeiros e 38,30 em Bancoc, informaram corretores locais.
O enfraquecimento do bath se deve a uma perda de confiança no governo e à incerteza política num momento em que o Congresso tailandês inicia um debate sobre uma nova constituição. A discussão vem provocando a queda no valor da moeda, conforme corretores.
O dólar de Cingapura baixou até 1,5195 diante da moeda norte-americana, ante 1,5185 de quarta-feira.
Os operadores parecem estar impassíveis diante das tentativas, coordenadas ou não, de os bancos centrais de acabar com a especulação financeira, que já dura cerca de três meses.
As declarações políticas também não ajudam. Ontem, o novo líder político de Hong Kong, Tung Chee-hua, disse que os dados econômicos na Malásia e no resto da Ásia são bons.
"Quero enfatizar que os números fundamentais da economia da Malásia e do restante da Ásia são positivos. Devemos seguir adiante com confiança", afirmou Che-hua, de passagem por Kuala Lumpur.
Bolsas caem
A Bolsa de Hong Kong caiu ontem 3,5% -514,82 pontos-, fechando a 14.199,17 pontos. Em Kuala Lumpur, a Bolsa teve queda de 2,6%, atingindo o menor nível dos últimos quatro anos.
A Bolsa de Tóquio caiu 0,64%. O índice Nikkei, a média das 225 ações mais negociadas, baixou 120,11 pontos, fechando em 18.615,06 pontos. O volume negociado ontem em Tóquio foi de 370 milhões de ações, diante dos 460,19 milhões de quarta-feira.

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