São Paulo, sexta-feira, 5 de setembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Carro 'popular' detém 66% do mercado
ARTHUR PEREIRA FILHO
É a maior fatia de mercado conquistada pelos modelos 1.0 desde o início da produção, em 93. Hoje, de cada três carros que deixam a linha de montagem das fábricas, dois são modelos "populares". Em agosto de 96, os carros com motor 1.0 representavam 57,4% das vendas. Silvano Valentino, presidente da Anfavea (associação das montadoras), diz que a produção e a venda dos "populares" devem aumentar nos próximos meses. "Para crescer, a indústria tem de contar com o aumento da produção e venda dos carros básicos", diz Valentino. O presidente da Anfavea diz que as montadoras já descobriram que "é possível ter lucro com o carro pequeno". Em agosto, a venda de veículos no atacado (nacionais e importados) chegou a 182.426 unidades, 6,1% mais que em julho. Esse número inclui também caminhões e ônibus. Do total geral, os "populares" ficaram com 45%. O modelo "popular" mais vendido é o Gol, da Volkswagen (177.409 unidades, de janeiro a agosto deste ano). O Palio, da Fiat, aparece em segundo (156.910). A Fiat ainda é a marca que mais vende automóveis com motor 1.0. As vendas do Palio e do Uno Mille, somadas, atingiram 218.755 unidades nos primeiros oito meses deste ano. Produção em alta A produção de veículos voltou a crescer em agosto. As montadoras fabricaram 191.606 unidades, 8,12% mais que no mês anterior. Nos últimos 12 meses, a produção já superou a marca de 2 milhões de unidades e deve continuar crescendo. As montadoras prevêem novos recordes este mês e em outubro. Em setembro, serão produzidos 205.228 veículos, média de 9.329 por dia. Em outubro, 209.348 (9.102 por dia). Valentino não teme o excesso de produção e diz que o nível de estoque -112.062 unidades, suficientes para 19 dias de vendas- é "muito bom". No final de julho, as concessionárias tinham 105.600 veículos estocados -carros, caminhões e ônibus. Para o presidente da Anfavea, os estoques "contribuem para a estabilidade econômica do país". Com oferta maior, avalia, o consumidor encontra o carro que deseja e pode negociar descontos. Sem déficit Parte do aumento de produção vai para o mercado externo. No mês passado, as montadoras exportaram 34.528 unidades, 14,2% mais que em julho. Entre janeiro e agosto, foram exportados 241.996 veículos, 27,3% acima do resultado do mesmo período de 96. O setor gerou receita de US$ 2,4 bilhões, 20% acima do desempenho registrado entre janeiro e agosto de 96. Com a exportação de peças e veículos completos e desmontados, a indústria espera faturar US$ 4,8 bilhões até o final do ano e terminar 97 com a balança equilibrada. Ou seja, vão importar em 97 carros e componentes no valor máximo de US$ 4,8 bilhões. "O regime automotivo prevê aumento de exportações, mas não garante equilíbrio", explica Valentino. Apesar disso, a indústria vai fechar 97 sem déficit, afirma, excluindo-se da conta a compra de máquinas e ferramentas. As importações também foram maiores em agosto do que no mês anterior. A alta foi de 9,9%, com 23.264 veículos importados. De janeiro a agosto, as montadoras e as marcas sem fábricas instaladas no país importaram 153.771 veículos, 62,1% mais que em 96. Texto Anterior: Revisão das importações agita o mercado Próximo Texto: Indústria revê metas para 97 Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |