São Paulo, sexta-feira, 5 de setembro de 1997
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Afeição por Diana surpreende religioso

DE LONDRES; DO ENVIADO ESPECIAL

e do enviado especial
A afeição demonstrada pelo público pela princesa Diana surpreendeu os membros da Igreja Anglicana, que está "navegando em águas desconhecidas" em seu trabalho de preparação do funeral.
"Estamos lidando com emoções surpreendentes", disse à Folha o reverendo Wesley Carr, deão da abadia de Westminster. "Ninguém sabia, realmente, que a afeição pela princesa tinha essa dimensão."
Carr será responsável no sábado pela condução de toda a cerimônia fúnebre em Londres e, ao final, encomendará o corpo de Diana.
O deão afirmou que o maior desafio será traduzir na cerimônia a ligação da princesa com a família real e seu grande apelo popular.
"O teste será o funeral no sábado. Estamos trabalhando muito para atingir esse equilíbrio, e espero que consigamos", afirmou.
O reverendo revelou que a iniciativa de convidar o cantor Elton John foi da própria Igreja Anglicana. A idéia, disse, obteve "total apoio da família real e da família Spencer".
Ele afirmou também que o caso de Diana, que não terá um funeral de Estado, mas com dimensões até maiores, é diferente de qualquer outro já visto pelos britânicos.
"Nos funerais de Estado existe mais tempo, as pessoas morrem mais velhas, há um período mais longo para se acostumar com a idéia da morte. É uma diferença profunda. É por isso que estamos navegando em águas desconhecidas, na maior parte dos aspectos."
Carr disse que estará satisfeito se o funeral em Westminster passar a mensagem de que "Diana era uma mulher única, por quaisquer que sejam as razões -e há muitas delas-, que teve um impacto enorme sobre o mundo".
História
A abadia de Westminster é um dos locais religiosos mais famosos e visitados do Reino Unido.
Entre 1066 e hoje, todos os reis e rainhas britânicos, com exceção de Eduardo 5º e Eduardo 8º, foram coroados na abadia.
O início de sua história remonta a Eduardo, o Confessor, que reinou entre 1042 e 1066 e foi canonizado em 1163. Durante seu reinado, ele mandou construir uma pequena igreja no local que era cercada de casas habitadas por monges beneditinos.
Cerca de 200 anos após a morte de Eduardo, o rei Henrique 3º, seu grande admirador, mandou construir uma abadia maior no local. A construção foi modificada e ampliada ao longo dos séculos, servindo de túmulo para a realeza britânica.
Poetas como William Blake (1757-1827) e William Shakespeare (1564-1616), embora enterrados em outros locais, têm estátuas em sua homenagem em Westminster.

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