São Paulo, sábado, 6 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Após paradas respiratórias, Vera passa bem

DA SUCURSAL DO RIO

A atriz Vera Fischer, 46, internada desde quarta-feira no Centro Médico Bambina, no bairro de Botafogo, Rio, foi vítima de uma overdose -provavelmente causada pela ingestão simultânea de álcool e cocaína-, sofreu duas paradas respiratórias, mas está fora de perigo e não corre risco de apresentar sequelas físicas.
A Folha apurou que a atriz sofreu a primeira parada respiratória em casa. Como ela não conseguia respirar, a família resolveu interná-la.
O clínica não emitiu qualquer comunicado oficial sobre o caso até agora.
Para que a respiração de Vera fosse restabelecida, a atriz foi submetida a um aparelho de respiração artificial no CTI (Centro de Tratamento Intensivo).
No final da tarde de ontem, a assessora de imprensa da atriz, Liège Monteiro, distribuiu um boletim médico informando que Vera encontrava-se "clinicamente bem, alimentando-se normalmente, não correndo nenhum risco de vida" e que "os exames complementares deram resultados satisfatórios, dentro dos padrões normais".
O boletim, não assinado, menciona a médica Angela Maria Bastos Alves, que seria a médica particular da atriz. Sem informar o motivo da internação, o boletim conclui dizendo que a permanência da atriz no Centro Médico Bambina "será breve".
À noite um segurança da clínica transmitiu informação, atribuída à médica, de que Vera Fischer deverá receber alta hoje ou amanhã.
Aparição
Foi preciso que Vera Fischer aparecesse, acenasse e mandasse beijos para jornalistas, ontem à tarde, de uma janela do último andar do Centro Médico Bambina, para desfazer os boatos que davam conta da própria morte da atriz.
Os boatos aumentaram após uma entrevista concedida pelo ator e amigo pessoal Carlos Vereza, que disse que a atriz havia sido "vítima de uma tragédia".
Às 15h45, a atriz apareceu na janela da clínica, ao lado da filha mais velha, Rafaela. A pedidos dos fotógrafos e cinegrafistas que davam plantão no local, acenou e mandou beijos.
A psicóloga da atriz, Lia Guaraná, havia dito pela manhã que Vera estava "ótima, muitíssimo bem" e que estava na clínica porque, estressada e com uma forte faringite, resolvera fazer um check-up.
Segundo ela, Vera tinha saído do CTI para um quarto normal pela manhã. Às 18h15, uma mulher que não quis se identificar deixou a clínica dizendo que a atriz estava sendo preparada para ser transferida para um quarto.
Por diversas vezes, ao longo do dia, jornalistas perguntaram a Lia Guaraná e a Liège Monteiro por que a atriz não recebia alta, já que estaria ali apenas para exames de rotina, segundo informações de Guaraná.
As duas afirmaram que ela já havia recebido alta e sairia quando quisesse.
Amigos da atriz relataram que, durante as filmagens de "Navalha na Carne", de Neville de Almeida, Vera teve vários problemas de saúde. Faltou a muitos dias de filmagem, e algumas cenas tiveram que ser refeitas exatamente em razão dessas ausências.
"Vera tem uma pulsão de morte muito exacerbada, um dínamo de energia mal canalizada. Acho que ela, no inconsciente, tem o desejo de se tornar uma Marilyn Monroe tropical", disse à Folha um médico amigo da atriz.

Texto Anterior: Opção sexual é última polêmica
Próximo Texto: Vacinação de sarampo será a cada 5 anos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.