São Paulo, sábado, 6 de setembro de 1997
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Violonista canadense faz show pop

IRINEU FRANCO PERPETUO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Um violinista de 22 anos, trajando kilt (saiote típico escocês), camiseta e sapatos de plataforma é o representante musical do Canadá em São Paulo neste final de semana.
"Estou aqui porque o governo de meu país resolveu promover uns dias canadenses no Brasil" diz, meio sem jeito, Ashley MacIsaac, que, depois de tocar em Belo Horizonte, faz agora duas apresentações no Sesc Pompéia, em São Paulo.
Que o instrumento não engane ninguém: MacIsaac é um músico pop, com uma banda que, além de gaita de fole, traz a formação tradicional do rock, com teclados, baixo, guitarra e bateria.
Em vez do stradivarius, violino preferido entre os concertistas, MacIsaac traz ao Brasil "um violino alemão barato, que me custou uns 400 paus".
"É bom o instrumento não ser caro, porque assim não dá remorso de quebrá-lo quando fico com raiva -uma coisa que já fiz várias vezes".
Oriundo de Cape Breton, ilha que fica na região da Nova Escócia, MacIsaac busca suas influências no folclore celta.
O que isso tem a ver com o Canadá? "Se você percorrer o país inteiro, é esse tipo de música que vai escutar -a não ser em Vancouver, onde as coisas são um pouco diferentes. Os escoceses trouxeram essas melodias para o Canadá no século 19, mas já faz uns 150 anos que elas são nossas".
Seu primeiro contato com o violino aconteceu aos oito anos de idade, mas só se interessou de verdade pelo instrumento aos 12 anos, quando começou a acompanhar as quadrilhas que gostava de dançar.
"Só virei violinista porque era dançarino", diz. "Para mim, a coisa mais importante na música é o ritmo".
Philip Glass
Amigo do compositor norte-americano Philip Glass ("não conheço muito bem a música dele, com aquelas coisas minimalistas, mas é uma pessoa fantástica"), que lhe deu várias dicas sobre o Brasil, MacIsaac não vê muitas semelhanças entre seu trabalho e o da violinista de Cingapura Vanessa Mae, 28.
"Ela é muito sexy e tem pernas maravilhosas", diz. "Mas vai buscar suas raízes nos clássicos".
"A maior afinidade é que nós dois tentamos fazer com que as pessoas gostem de nossa música, independentemente do instrumento. Nos meus shows, tem muita gene que fala: 'Esse cara vai tocar violino?' Mas depois acabam entrando no clima e curtindo."

Show: Ashley MacIsaac
Quando: hoje, às 21h, e amanhã, às 20h
Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 196, tel. 871-7770)
Quanto: R$ 20, R$ 15 (usuários com carteirinha) e R$ 10 (estudantes e comerciários)

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