São Paulo, segunda-feira, 8 de setembro de 1997
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Zinho e Alex fizeram a diferença verde

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

A diferença entre Palmeiras e São Paulo, ontem à tarde, no Morumbi, não foi o placar -2 a 0 para o Verdão. Esse poderia ter sido outro, caso o tricolor tivesse convertido as quatro ou cinco chances claras de gol criadas -duas delas, com a bola chocando-se nas traves-, embora o Palmeiras também estivesse à beira de pespegar uma goleada humilhante, com Viola por três vezes frente à meta de Rogério (numa delas, a que furou, foi claramente abraçado pelo zagueiro inimigo -pênalti).
A diferença é que, enquanto o Palmeiras tinha dois meias de extrema habilidade e muita mobilidade, como Zinho e Alex, o tricolor só dependia dos raros flashes disparados por Marcelinho, posto que Fabiano sumiu no jogo.
Resumindo: um golaço de Zinho; outro, de Oséas, e eis o Palmeiras redivivo no torneio.
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Não foi uma exibição de gala, longe disso. Foi, isso sim, um longo e fundo suspiro de alívio, no sábado à noite, desse Corinthians que anda cercado de ziguiziras: é o acordo entre o patrocinador e o clube que não deslancha; é o caso de doping de Fábio Augusto, o curinga do time; é a demora angustiante no aproveitamento dos novos contratados -Rincón, Renaldo e Edílson; e, por fim, as baixas em magotes de craques alvinegros nos estaleiros do clube.
Os 2 a 1 sobre o Bahia, em plena Fonte Nova, se não projetam o Corinthians no topo da tabela, ao menos funcionam como um banho-de-arruda para espantar os maus fluidos, embora a situação atual seja menos fruto de possíveis sortilégios e muito mais resultado da péssima condução dos negócios corintianos pela atual diretoria. Como é na imensa maioria dos clubes.
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Ainda mais comovente foi a performance da Lusa, no sábado à tarde. Em dia de absoluta falta de inspiração, a Lusa, de repente, se viu diante do União, lá em Araras, com dez jogadores em campo e com e sua estrela mais cintilante -o menino Rodrigo- capengando, fazendo número. Diminuindo, eram 9 contra 11.
Pois, foi a partir daí que a Lusa se impôs: passou a atacar em extrema velocidade, criou três ou quatro chances de ouro para marcar e meteu um golaço, com Tico. Será o sinal de que, afinal, desencanta?
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A Alemanha sofreu feito cão danado para arrancar um mísero empate com Portugal, em casa. Não que nossos patrícios tenham praticado um futebol dos sonhos, como o dos tempos de Eusébio, Coluna e cia. Simplesmente, os alemães, que ainda dependem do oportunismo em férias de Klinsmann, tiveram de deslocar o excelente lateral-esquerdo Ziege para o meio-campo onde impera uma saudade lancinante de um Beckenbauer, um Overath ou um Matthaus.

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