São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 1997 |
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'Casamento' arrisca crítica e comédia
MARILENE FELINTO
Eles chegaram a ser namorados, antes de se tornarem amigos íntimos, confidentes, unha e carne, que se falam todo dia e não vivem um sem o outro. Na verdade, fizeram um pacto. Se chegassem aos 28 anos sem se casarem, seriam marido e mulher. Chegaram, mas Michael está a uma semana de se casar com outra. A outra é Kimmy (Cameron Diaz), moça de família milionária, que está disposta a largar tudo, os estudos de arquitetura, a família etc., para acompanhar Michael em seu trabalho itinerante de repórter de esportes. É então que Julianne desperta seu amor pelo velho amigo e se atribui a missão de não permitir que ele se case. Faz de tudo, arma situações de pastelão, finge que outro grande amigo seu, o gay George (Rupert Everett), é seu amante, só para criar ciúmes em Michael. Vestidos de noiva Hollywood escolheu uma comédia romântica para fazer o que parece ser uma crítica à instituição do casamento. Não conseguiu nem uma coisa nem outra, nem a comédia nem a crítica. Não estrelando Julia Roberts (de "Uma Linda Mulher") com essa cara de "tudo por dinheiro", a pretexto de estar fazendo humor. Encheram o filme de noivas, de enjoativos vestidos de noiva, de tiradas infames e de piadinhas sem graça. A diretora Hogan gosta do tema, fez também o esquisito "O Casamento de Muriel" (1995). Aqui, o máximo que P.G.Hogan consegue é estabelecer certo confronto entre a tradição do casório com a mocinha escolhida e a opção inovadora, a do rompimento com isso. A contradição também estaria nos tipos opostos que são a casadoira Kimmy e a protagonista liberada e bem-sucedida, mas vulnerável, vivida por Julia Roberts. Enfim, filme para adolescentes que não sabem se saem de casa ou se compram uma galinha. Filme: O Casamento do Meu Melhor Amigo Produção: EUA, 1997 Direção: P.G.Hogan Com: Julia Roberts, Dermot Mulroney, Cameron Diaz, Rupert Everett Quando: a partir de hoje, nos cines Paissandu, Morumbi 3, Center Norte 1 e circuito Texto Anterior: Chico César estréia novo espetáculo Próximo Texto: 'O Oitavo Dia' relativiza normalidade Índice |
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