São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 1997
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Médicos tentam novas combinações de drogas

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Combinação de drogas é caminho
O caminho feito pelos médicos quando o vírus começa a "escapar" é trocar e/ou aumentar o número de drogas da combinação.
Em vez da tradicional mistura de um inibidor de protease e dois inibidores de transcriptase reversa, eles começam a adicionar um segundo inibidor de protease. Antes de chegar a esse "extremo", o primeiro passo normalmente é tentar novas combinações dos remédios.
O governo do Estado distribui hoje oito drogas diferentes que atacam diretamente o vírus HIV. São cinco inibidores de transcriptase reversa (AZT, 3TC, D4T, ddI e ddC) e três inibidores de protease (indinavir, saquinavir e ritonavir).
Há remédios que, se misturados, podem causar efeitos colaterais, mas as possibilidades de combinações é grande.
O infectologista e professor-titular de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP, Vicente Amato Neto, calcula que, com os 11 remédios existentes no mercado (o governo só compra 8) "é possível fazer cerca de 200 combinações".
Médicos norte-americanos também já têm indícios de falência do tratamento. Estudos feitos pelo CDC (Centro de Controle de Doenças) mostram que, em 50% dos casos, os pacientes têm algum tipo de resistência.
O modelo de terapia adotado aqui é diferente do dos EUA. A opção brasileira é fazer uso gradativo das drogas. Começam com um número menor de remédios e vão adicionando em caso de piora.
(LM)

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