São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 1997 |
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Jovens do RS comem mal, diz estudo
LEO GERCHMANN
"Tradicionalmente, maus hábitos relacionados à estética eram mais intensos em países desenvolvidos. A nossa pesquisa mostra que isso já não é mais assim, talvez por causa da globalização", diz a psiquiatra Maria Angélica Nunes, que coordena o Ambulatório de Transtornos do Comportamento Alimentar da Fundação Universitária Mário Martins, em Porto Alegre, e é a autora do trabalho. O estudo mostra que o uso de laxantes é feito por entre 6,2% e 7,5% das mulheres, segundo duas pesquisas feitas nos EUA. Em Porto Alegre, o índice é de 8,5%. Os anorexígenos (que inibem o apetite) são usados por 3,4% das adolescentes norte-americanas, e por 5,1% das porto-alegrenses. Há, também, os casos dos vômitos induzidos. Na Inglaterra, oito estudos mostram que 2,4% das mulheres recorrem a essa prática. Nos EUA -em uma amostra de 1.075-, o índice é de 0,5%. Em Porto Alegre, 1,4%. No caso das dietas, elas são feitas por 20% das inglesas (em uma amostra de 1.010 pessoas) e 22% das norte-americanas (amostra de 2.075), contra 7,8% das adolescentes de Porto Alegre. É o único item em que as gaúchas perdem. O objetivo do trabalho foi "estudar a associação entre a percepção do peso corporal, o índice de massa corporal e comportamentos alimentares anormais". Segundo a psiquiatra, os padrões de beleza atuais, que têm como modelo um corpo esguio, são um perigo para a saúde das pessoas, especialmente das mulheres. Quase metade das mulheres consultadas (46%) dizem desejar pesar menos do que pesam, mas apenas 30% delas podem realmente ser consideradas obesas. "As mulheres que usam práticas inadequadas de controle de peso tendem a ser muito jovens, com peso normal e querendo pesar menos", afirma Maria Angélica. Texto Anterior: Inibidor de apetite pode sair do mercado Próximo Texto: Maior bebê do Brasil nasce em SC Índice |
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