São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 1997
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Maldito favoritismo

THALES DE MENEZES

Se Deus ajudar e fizer sol, Floripa vira festa neste final de semana. Cerveja gelada, pagode, garotas se bronzeando e muita animação. Será a festa da vitória do Brasil na Copa Davis. Quer dizer, na Repescagem da Copa Davis.
As circunstâncias não poderiam ser melhores para o reencontro de Gustavo Kuerten e a torcida de sua cidade. Pela primeira vez depois de se tornar um astro planetário da raquete, Kuerten quer vencer e correr para a galera.
Como disse Garrincha certa vez a um treinador que afirmava ter a fórmula certa para vencer um jogo, a pergunta é: já avisaram a Nova Zelândia?
Se o esporte é hoje essa locomotiva que reboca multidões aos estádios e ginásios, deve isso ao imponderável, à graça de uma grande zebra, ao prazer que boa parte do público sente ao ver um favorito despencar.
Na teoria, o Brasil deve passar fácil pela Nova Zelândia. O time adversário está resumido ao simpático Brett Steven, nº 56 do mundo. Os outros da tropa? Este colunista confessa nunca ter visto nenhum deles jogar.
Pelos resultados na carreira, não há chances de algum deles engrossar o jogo com Meligeni ou Kuerten. Na verdade, com apoio da torcida, até os duelos com Steven não devem trazer maiores sobressaltos.
Mais por dever profissional do que por palpite ou agouro, o colunista volta ao assunto zebras, Garrincha... E se os brasileiros tiverem o azar (ou o privilégio) de ver o surgimento de um grande tenista, desta vez vindo da Nova Zelândia?
A Suécia era uma equipe fraquíssima na Davis até o surgimento fulminante do furacão Bjorn Borg. E se um desses novatos da equipe adversária resolver explodir para o estrelato justamente em Florianópolis?
O melhor é virar a boca para o outro lado. No fim das contas, o Brasil tem mais cacife do que a Nova Zelândia para ficar na elite do tênis mundial.

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