São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 1997
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Pressionado, Estado corta novos investimentos

IGOR GIELOW
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo paulista decidiu ontem cortar todos os novos investimentos no Estado de seu Orçamento para 1998. A medida, atípica pelo fato de o ano que vem ser eleitoral, foi acertada ontem à tarde em reunião do secretariado com o governador Mário Covas.
Interlocutores do governador negam que a austeridade tenha a ver com o fato de que Covas ter anunciado que não vai concorrer à reeleição. "O que acontece é que estamos sem nenhuma folga orçamentária", afirmou o secretário André Franco Montoro Filho (Planejamento).
O pacote do Orçamento, que tem que estar ser apresentado à Assembléia Legislativa até o dia 30, soma R$ 35 bilhões, com uma receita líquida de R$ 25 bilhões -e comprometimento de R$ 15 bilhões com pessoal.
Só haverá a manutenção dos atuais projetos, como oito hospitais e 21 penitenciárias em construção. Essas obras consumirão R$ 750 milhões em 1998, mais R$ 1,2 bilhão financiado.
Segundo Montoro Filho, três fatores definiram a medida. Primeiro, a falta da verba prevista pela Lei Kandir. "Será uma perda de R$ 2,1 bilhões em 98, além dos quase R$ 900 milhões deste ano", disse o secretário.
Haverá também custo de R$ 3 bilhões com o pagamento da dívida do Estado e um fator novo, o alto custo dos precatórios (dívidas judiciais a serem pagas). Será R$ 1,9 bilhão em 98.
Apenas um único indenizado pelo Estado receberá R$ 768 milhões.

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