São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 1997
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Correios demitem 153 por "excessos"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

A diretoria dos Correios demitiu ontem 153 funcionários que participam da greve que já dura 12 dias úteis.
Em nota distribuída à imprensa a direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) informa que os funcionários foram demitidos "por justa causa, pelos excessos cometidos e devidamente comprovados durante a greve".
A assessoria não informou quais foram os excessos ou os critérios para as demissões.
A Federação dos Sindicatos dos Funcionários dos Correios disse que vai recorrer na Justiça contra a decisão. Segundo o diretor da federação, Urbano da Cunha, o anúncio da demissão por parte da empresa é uma tentativa de intimidação dos grevistas.
Segundo a federação, a adesão à greve teria caído, de 70% para 65% dos funcionários, em seis Estados e no Distrito Federal.
Já a ECT afirma que a adesão é de cerca de 8% dos 79 mil funcionários.
Os funcionários pedem 26,3% de reajuste salarial. A ECT oferece 5% de aumento para 85% dos funcionários mais abono de R$ 200 para toda a categoria.
A maior parte das demissões aconteceu em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, onde foram demitidos respectivamente, 36, 48 e 23 funcionários.
Em assembléia ontem à tarde, os funcionários decidiram continuar a greve.
Na noite de anteontem, cerca de 50 grevistas acamparam em frente à casa do ministro das Comunicações, Sérgio Motta, em São Paulo.
Pela manhã, os grevistas desmontaram o acampamento, afirmando terem recebido a informação de que o ministro estaria disposto a negociar o fim da greve.
A assessoria do ministério nega que Motta tenha se manifestado a respeito do assunto. Segundo a assessoria, o ministro apóia a decisão de demitir funcionários.
Após assembléia realizada na praça da Sé (região central de São Paulo) ontem à tarde, os grevistas resolveram voltar a acampar em frente à casa de Motta.
Transtornos
A greve prolongada já começa a causar transtornos às pessoas que recebem contas pelo correio.
Segundo a ECT, cerca de 6,7 milhões de correspondências estão acumuladas devido à greve.

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