São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 1997
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Líder de sequestro inocenta colega PM

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O primeiro-tenente da Polícia Militar do Distrito Federal Osmarinho Cardoso da Silva, líder dos sequestradores de Cleucy Estevão, 12, depôs ontem e inocentou o tenente Paulo César Cury, suspeito de cumplicidade.
Osmarinho disse que os únicos PMs envolvidos eram ele e o soldado Ricardo Mendes dos Santos, preso sexta-feira em sua casa, na cidade-satélite do Guará.
O coronel da PM Ruy Sampaio, que preside o IPM (Inquérito Policial Militar), disse que Osmarinho admitiu ser o mentor intelectual do sequestro da filha do deputado distrital Luiz Estevão (PMDB).
O IPM foi iniciado na segunda-feira e tem prazo de 40 dias para terminar. Sampaio afirmou que pretende terminar antes disso.
Cleucy foi sequestrada na porta da Escola Americana de Brasília, onde estuda, no último dia 5, e libertada pela Polícia Civil no dia 12.
No cativeiro da menina, na cidade-satélite de Samambaia, foram apreendidos dois rádios portáteis e três coletes à prova de bala da PM.
Sampaio disse que os equipamentos foram retirados do Centro de Suprimento e Manutenção da PM por Cury. Numa das duas requisições usadas, Cury assinou por Osmarinho.
Sampaio disse que os oficiais responsáveis pelos setores de onde os equipamentos foram retirados foram investigados, e sua participação foi descartada.
Osmarinho disse que pediu a Cury que retirasse os equipamentos para uma operação de combate ao tráfico na cidade-satélite Núcleo Bandeirante, onde trabalhava.
O coronel disse que ainda não há indícios de participação de ninguém com patente mais elevada.
Osmarinho, Cury e Santos estão presos em quartéis da PM. O quarto integrante do grupo, Cleuzimar Alves de Andrade, primo de Osmarinho, foi preso sexta-feira pela Polícia Civil.
Sampaio afirmou que as ações praticadas por Osmarinho, Santos e Cury não caracterizam crime militar. "Eles devem ser julgados por transgressão de disciplina."
O coronel declarou que ainda vai ouvir outros policiais, antes de concluir o IPM. "Isso não quer dizer que sejam todos suspeitos."

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