São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 1997
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Artistas criam para o novo museu

Abertura será dia 3

DA REPORTAGEM LOCAL

Em sua primeira entrevista exclusiva a um jornal brasileiro, o diretor do Guggenheim Bilbao, Juan Ignacio Vidarte, falou à Folha sobre formação do acervo do museu, custos da construção, recepção do projeto de Frank O. Gehry e negou qualquer papel político da instituição. O museu será inaugurado no próximo dia 3. (CF)
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FORMAÇÃO DO ACERVO - O museu tem um acervo permanente que possui dois núcleos. A parte mais importante é a sua participação nas coleções permanentes da Fundação Guggenheim. O museu também terá uma coleção própria, que se iniciou há três anos.
Essa coleção pretende consolidar-se com uma personalidade específica, cobrir as lacunas existentes na Fundação Guggenheim, principalmente em arte basca e espanhola, e também fazer uma contraposição entre arte européia e americana.
O museu terá também obras específicas de grandes mestres contemporâneos da segunda metade do século, como Rothko, De Kooning, Richard Serra, Francesco Clemente e Yves Klein.

OBRAS SOB ENCOMENDA - A primeira obra que foi colocada no museu, em maio último, foi uma escultura em aço de Richard Serra, que pesa cerca de 170 toneladas e tem 35 metros de largura. Existe ainda uma obra de Jenny Holzer. Francesco Clemente criou também uma série de murais intitulada "O Quarto da Mãe". São 17 quadros que configuram uma espécie de afresco.

AMPLIAÇÃO DO ACERVO - Existe um orçamento de seis bilhões de pesetas (cerca de US$ 46 milhões) que deve ser usado em quatro anos, desde 1996.

CUSTOS DO MUSEU - O custo de construção do edifício foi de 10 bilhões de pesetas, mas, se incluirmos os gastos com urbanização dos arredores, equipamentos, mobiliário e salários, os gastos sobem para 14 bilhões de pesetas (cerca de US$ 107 milhões).

PROJETO DE GEHRY - Inicialmente, o projeto encontrou resistência, principalmente devido a seu esteticismo, mas a realidade magnífica desse edifício está ajudando a superar o ceticismo que existia em alguns setores da Espanha. Sua contemplação já está dando um grau de credibilidade ao projeto que gerou um aumento da expectativa em torno do museu.

PAÍS BASCO x ESPANHA - O museu é uma iniciativa para regenerar uma parte da cidade e para ajudar o desenvolvimento econômico da região. Não acredito que fortalecerá ou debilitará nossas relações com a Espanha. O museu é um projeto cultural que transcende as questões políticas, embora se trate de um museu englobado em toda uma estratégia de desenvolvimento da região e dirigida para a melhoria de nossa competitividade e para a geração de riquezas.

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