São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 1997
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França estuda nova hipótese para acidente

MARTA AVANCINI
DE PARIS

A polícia francesa está à procura de um carro Fiat Uno suspeito de envolvimento no acidente que resultou na morte da princesa Diana.
O Fiat pode ser o veículo que, segundo testemunhas, teria ziguezagueado em frente ao Mercedes-Benz em que estava Diana ou impedido a passagem do veículo no túnel de l'Alma, em Paris.
Se uma das duas hipóteses for confirmada, a polícia pode vir a esclarecer os motivos que levaram Henri Paul, que dirigia o Mercedes-Benz no momento do acidente, a perder o controle do carro e a bater em um pilar no túnel.
O Fiat foi identificado por meio de análises do Instituto de Pesquisas Criminais da Gendarmeria Nacional, uma das corporações policiais da França.
A análise, divulgada ontem, foi realizada a partir de fragmentos de vidro e de lanterna encontrados pela polícia no túnel de l'Alma.
Os técnicos do instituto alertam, no entanto, para o fato de que o Fiat pode ter se envolvido em algum acidente ocorrido no túnel antes do que resultou na morte de Diana, de seu namorado, Dodi al Fayed, e Paul.
Também estão sendo analisadas as marcas de tinta encontradas no lado direito do Mercedes-Benz. A intenção é determinar se a tinta se desprendeu ou não do Fiat em um eventual choque entre os dois veículos.
A análise técnica do Mercedes-Benz ainda está em andamento e, quando concluída, pode ajudar a esclarecer o acidente.
Até o momento, o fato de que Paul estava alcoolizado no momento do acidente, o que foi demonstrado por análises de seu sangue, era considerado uma das causas mais prováveis do acidente.
Paul será enterrado sábado, em Lorient (oeste da França), sua cidade natal.
Depoimento
O guarda-costas Trevor Rees-Jones, o único sobrevivente do acidente, deve prestar depoimento amanhã aos juízes de instrução Hervé Stéphan e Marie-Christine Devidal, responsáveis pelas investigações.
Seu relato é considerado fundamental para a polícia e a Justiça esclarecerem as causas da batida, inclusive se houve ou não a participação de um outro veículo.
Comunicado divulgado pela Embaixada do Reino Unido em Paris informou ontem que Rees-Jones está conseguindo se sentar e que seu estado de saúde melhora a cada dia.
O hospital Pitié-Salpetrière, onde ele está internado, havia divulgado anteontem nota sobre a recuperação da consciência por Rees-Jones. O guarda-costas estava inconsciente desde 31 de agosto, data do acidente.
O depoimento dele, entretanto, pode ser prejudicado por uma amnésia (perda parcial ou total de memória), causada por medicamentos usados no período de recuperação ou pelo trauma sofrido no acidente.

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