São Paulo, sábado, 20 de setembro de 1997
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Menina é violentada e queimada em SP

LUCIANA FINAZZI
DA FOLHA RIBEIRÃO

A menina T.D.O., 6, foi assassinada anteontem em Barrinha (350 km de São Paulo) após ter sofrido atentado violento ao pudor. A garota foi queimada ainda viva e morreu carbonizada.
Depois de sofrer violência sexual, T.D.O. foi colocada num canavial, que foi incendiado.
O desempregado Milton Gonçalves Passos, 39, que morava nos fundos da casa de T., é acusado de ter cometido o crime. Ele foi preso em seguida pela Polícia Militar.
A polícia não divulga para onde o desempregado foi levado para evitar vingança dos demais detentos. Ele está em uma cela separada. Temendo linchamento, a polícia retirou também os parentes do desempregado da cidade ontem.
A menina foi enterrada ontem no início da tarde. De acordo com a PM, cerca de 200 pessoas acompanharam o velório. Houve protestos. Algumas pessoas carregavam faixas e cartazes pedindo justiça pela morte da criança.
Segundo a delegada da Mulher de Jaboticabal, Andréa Cristiane Fogaça de Souza, 27, que investiga o caso, Passos embriagou a garota antes de violentá-la.
Doce
Segundo a mãe da menina, Alessandra Dias de Oliveira, 24, Passos teria chamado T. para comer um doce anteontem pela manhã.
Alessandra afirmou que a garota teria pedido permissão a ela. "Mas eu não deixei. Só que eu acabei saindo de casa e ela ficou sozinha", disse a mãe da criança.
A mãe disse que, ao voltar para casa, por volta das 14h, percebeu que a criança havia desaparecido.
"Na hora, eu já me desesperei e chamei a polícia. Meu marido e meu cunhado saíram para procurar minha filha", disse.
Segundo a delegada, duas testemunhas viram Passos próximo ao canavial, com a menina por volta das 14h de anteontem.
O pai da garota, João Altair de Oliveira, 30, e o tio de T., José Pedro Barbosa, 50, acharam o corpo da menina em um canavial próximo à estrada que liga Barrinha a Jaboticabal, por volta das 16h30.
"Minha filha estava nua no canavial. Foi a pior sensação que eu tive na minha vida quando a vi", disse Oliveira ontem à Folha.
O acusado foi encontrado pela polícia por volta das 19h30. Ele estava em uma estrada próxima a Pradópolis (310 km de São Paulo).
Segundo o pai da menina, Passos era amigo da família. "Eu não entendo por que ele fez isso. Nós sempre nos demos bem", disse o pai. "Ele vivia cercado de crianças. Meus sobrinhos gostavam dele." A delegada afirmou que pediu a prisão temporária de Passos.

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