São Paulo, sábado, 20 de setembro de 1997
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Choque de trens mata 6 em Londres

PAULO HENRIQUE BRAGA
DE LONDRES

Seis pessoas morreram e 170 ficaram feridas, 13 em estado grave, no choque de um trem de passageiros com uma composição de carga na região oeste de Londres.
O trem expresso vinha de Swansea, no País de Gales, com destino à estação de Paddington, na região central de Londres.
O acidente ocorreu às 13h20 (9h20 em Brasília). A composição de oito vagões, com cerca de 480 passageiros, bateu a quase 200 km/h com o trem de carga que cruzava a linha em Southall, oeste da capital britânica, a cinco minutos para o fim da viagem.
Após o choque, alguns vagões pegaram fogo. Os passageiros tiveram de esperar por dez minutos em vagões tomados pela fumaça até que as primeiras equipes de resgate chegassem ao local e desbloqueassem as portas do trem.
A causa do acidente pode ter sido uma falha na sinalização. O trem de passageiros pode ter recebido luz verde para entrar em trilhos ocupados pelo cargueiro, embora a possibilidade de o condutor ter atravessado o semáforo vermelho não esteja descartada. Ele foi detido para interrogatório. O condutor do trem de carga foi liberado.
Bombeiros levaram duas horas e meia para retirar 16 passageiros que ficaram presos nas ferragens. O vice-premiê John Prescott esteve no local do acidente e determinou o início imediato de uma investigação para determinar as suas causas. A rainha Elizabeth 2ª e o premiê Tony Blair enviaram condolências às famílias das vítimas.
Ações em baixa
Por causa do acidente, ações da empresa Railtrack, operadora do trecho, fecharam o dia em baixa na Bolsa de Londres.
A direção da empresa negou que o acidente tenha qualquer relação com um suposto corte de gastos. Alguns passageiros denunciaram na última semana que, por causa de problemas de manutenção, trens expressos têm sido deslocados para trilhos utilizados por composições mais lentas.
Não se sabe se o trem era dotado de um dispositivo eletrônico que provoca a parada do veículo caso o condutor passe sem perceber por um semáforo vermelho.
A instalação do dispositivo foi recomendada por uma comissão do governo após acidente que matou 35 pessoas em 1988. Por enquanto, poucos trens têm o aparelho, por causa de seu custo.

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