São Paulo, sábado, 20 de setembro de 1997
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Europeus cancelam viagens para o Egito

Atentado abala indústria turística

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Milhares de europeus estão cancelando viagens programadas para o Cairo depois do atentado contra um ônibus de turistas anteontem na capital egípcia. O ataque matou nove alemães e o motorista egípcio do veículo.
O maior número de cancelamentos ocorreu em agências de turismo da Alemanha e do Reino Unido. Em outros países europeus, não houve número significativo de cancelamentos.
A polícia egípcia já prendeu 15 pessoas nas investigações do atentado. O governo egípcio disse que o atentado foi obra de um homem "mentalmente perturbado" e seu irmão, que foram presos. Mas o governo alemão disse ontem não estar satisfeito com os rumos da investigação. "O embaixador egípcio na Alemanha não descartou a hipótese de envolvimento dos fundamentalistas (islâmicos)", disse um comunicado do Ministério do Exterior alemão.
O ministério também alertou os alemães que pretendem viajar ao Egito que "o conflito em andamento entre militantes islâmicos e a polícia mostra que mais ataques não podem ser descartados". As chancelarias britânica e americana também estão recomendando a seus cidadãos que fiquem "alertas" se viajarem ao Egito.
Até o atentado do Cairo, o governo egípcio vinha dizendo que havia reprimido a ação dos extremistas islâmicos. Eles querem depor o governo moderado do presidente Hosni Mubarak e instaurar um regime estritamente religioso no país do norte da África.
Mas, ainda ontem, um policial morreu e três ficaram feridos no sul do país após dois ataques a carros policiais. Um dos atacantes também morreu. A polícia suspeita que os ataques foram realizados por membros do Grupo Islâmico.
Desde 1992, quando os militantes islâmicos iniciaram sua campanha terrorista, mais de mil pessoas já foram mortas. Os principais alvos dos ataques extremistas são turistas estrangeiros, cristãos, membros do governo e forças de segurança.

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