São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 1997
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Greve do correio acaba em mais 3 Estados

DA REPORTAGEM LOCAL; DA AGÊNCIA FOLHA, DAS REGIONAIS, DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA SUCURSAL DO RIO

O final da paralisação em mais três Estados e parte do interior de São Paulo diminuiu ainda mais a adesão à greve dos Correios.
A greve começada há 15 dias úteis em 11 Estados atinge agora apenas parte do Estado de São Paulo e o Distrito Federal. Até as 19h, funcionários do Rio continuavam em assembléia para decidir sobre a continuidade.
Segundo a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), a adesão continua em 5% dos funcionários de todo o país, mesmo com o final da greve nesses locais.
Para a federação dos sindicatos dos funcionários dos Correios, a adesão caiu de 65% para 55% nos dois Estados e no Distrito Federal.
Assembléias realizadas ontem em São Paulo e Brasília decidiram pela continuidade da greve. No interior de São Paulo, a paralisação continua em São José dos Campos, Jacareí e Taubaté.
Cerca de 500 funcionários, segundo a PM, participaram da assembléia que decidiu pela continuação do movimento em São Paulo, ontem na praça da Sé.
A categoria reúne 15 mil funcionários na Grande São Paulo. Em todo o país são 78 mil.
Para os sindicalistas, a queda na adesão deveu-se à não-liberação dos vales de alimentação no último dia 15, à ameaça da empresa de não pagar os salários dos grevistas no próximo dia 30 e às demissões, que já são mais de 200.
Os funcionários dos Correios pedem 21,3% de reajuste salarial referente à inflação desde dezembro de 95, mais 5% de aumento real.
Os Correios oferecem 5% de aumento para 85% dos funcionários, mais abono salarial de R$ 200,00.
O número de correspondências acumuladas em São Paulo desde o início da greve também diminuiu, segundo a ECT, para 7,9 milhões, contra 8,1 milhões na sexta-feira.
A redução foi possível graças à convocação de funcionários para trabalhar no sábado e domingo.
Segundo os Correios, se a greve terminasse ontem, as entregas seriam normalizadas em 13 dias.
A empresa entrega cerca de 10 milhões de correspondências diariamente no Estado de São Paulo.
Para diminuir o déficit de funcionários foram contratados 800 trabalhadores temporários e convocados 1.070 já concursados.
Direitos
O presidente da comissão de direitos do consumidor da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Adinam El Kadri, disse ontem que empresas prejudicadas pela greve podem processar a ECT, pedindo ressarcimento dos prejuízos.
"É uma atividade essencial, de utilidade pública, e o governo deve garantir seu funcionamento, sendo responsável pelos danos causados pela greve", disse El Kadri.

Colaboraram Agência Folha, Regionais, Sucursal de Brasília e Sucursal do Rio

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