São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 1997 |
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Teto e parede caem e matam dois em Jacareí
VALÉRIA ROSSI
Maria Raimunda Alves e Marlene Machado Coutinho, morreram no acidente. Maria de Lurdes Machado, 51, e seu filho Robson Machado, 17, ficaram feridas e estão sob observação médica, com quadro estável. As vítimas estavam saindo do prédio, onde aconteceu um sorteio de casas populares para deficientes físicos. Havia cerca de 250 pessoas no local. Maria de Lurdes Machado é uma das deficientes que participavam do sorteio. A PM interditou quatro quarteirões da rua Barão de Jacareí, uma das principais da cidade. O trânsito, congestionado, foi desviado. A prefeitura ainda está avaliando o motivo do desabamento. O encarregado de carpintaria da prefeitura, Edson dos Santos, disse que a estrutura de madeira do prédio, construído em 1931, está condenada. A última vistoria no foi feita em fevereiro. Comerciantes da região da rua Barão de Jacareí compararam o barulho da queda da parede com o de uma explosão. "Foi a coisa mais horrível que já vi. Era pó para todos os lados. Cheguei a ver as vítimas mortas embaixo dos escombros", disse a cabeleireira Maria Rita Alves, 52. Os comerciantes querem agora que a prefeitura faça uma vistoria em todos os prédios antigos da região. Eles pretendem fazer uma mobilização, ainda esta semana, para cobrar a fiscalização. Responsabilidade A Prefeitura de Jacareí está apurando a responsabilidade da administração no acidente. O prefeito, Benedicto Sérgio Lencioni (PSDB), disse que arcará com as despesas das vítimas do acidente. O prédio da Oficina Cultural Santa Helena está em fase de desapropriação e foi alugado pela prefeitura em agosto de 94. Segundo a administração, o contrato vencerá em dezembro. O documento prevê que a locatária (prefeitura) se responsabilizará por qualquer dano que o imóvel venha sofrer. O contrato também isenta o locador, Ibrahim Khalil Khalil, de qualquer reforma ou manutenção que tenha a ser feita no local. O secretário de Obras da Prefeitura de Jacareí, Francisco Anselmo, 43, disse que não foi feita a vistoria da estrutura do prédio este ano. "Achei que a fiscalização havia sido feita pela comissão de vistoria da prefeitura", afirmou. A comissão verificou apenas as condições de segurança da rede elétrica e as saídas de emergência. O filho do proprietário do prédio, Ricardo Khalil, esteve no local para verificar as condições do acidente. Ele disse que vai passar o caso ao pai, que está fora do país, para que tome providências. Ricardo acredita que a responsabilidade seja da prefeitura. Texto Anterior: Déficit cresce cerca de R$ 300 mi em agosto Próximo Texto: Dois operários morrem em obra em Recife Índice |
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