São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 1997 |
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PSDB recebeu 28 deputados de direita FERNANDO RODRIGUES FERNANDO RODRIGUES; LUIZA DAMÉ
Apesar de o ministro Sérgio Motta reclamar de apenas um dos novos filiados do PSDB -o ex-governador da Bahia Nilo Coelho-, a maioria dos políticos cooptados pelo partido já passou por legendas consideradas à direita no espectro político. Levantamento realizado pela Folha com a bancada tucana na Câmara revelou que, dos 36 deputados que passaram a integrar o PSDB depois de eleitos, 28 já estiveram em partidos cuja ideologia diverge da dos tucanos -UDN, Arena, PDS, PPR, PFL, PRN e PPB. O PSDB elegeu 62 deputados em 94. Hoje tem 96. Poderia ter 98, caso não tivesse perdido alguns de seus filiados originais. Entre os neotucanos que já defenderam ideologia diferente da dos tucanos está o deputado Nelson Marchezan (RS). Ele se filiou ao PSDB no ano passado. Antes, havia sido líder da Arena e presidente da Câmara, no governo João Figueiredo (79-85). Em 1992, Marchezan passou pela Secretaria Nacional de Comunicações, no governo Fernando Collor (90-92). Antes de se filiar ao PSDB, Marchezan também negociou a sua entrada no PFL. O deputado não foi para aquele partido por divergências políticas com o deputado Jair Soares (PPB-RS), na época o principal líder pefelista no Estado. Político eleito pela Baixada Fluminense, o deputado Simão Sessim (RJ), no PSDB desde 1995, construiu sua trajetória nos partidos de direita. Em 1973, foi eleito prefeito de Nilópis (RJ) pela Arena. Antes disso, havia passado pela UDN. O deputado foi do PDS, do PFL, do PPR e do PPB. Sessim agora já estaria de saída do PSDB. O quadro apresentado hoje pela Folha se refere aos dados oficiais da Câmara, que consideram apenas as filiações já deferidas pelos partidos até o último dia 12. É provável que nos próximos dias uma grande mudança ocorra nas bancadas, inclusive na tucana. É que se esgota o prazo de filiação para quem deseja disputar a eleição do ano que vem. Só ontem, por exemplo, o PSDB recebeu a filiação de três deputados do Mato Grosso do Sul e um do Ceará. Pelo menos dois deles já foram da Arena e do PFL. O movimento de inchaço do PSDB não apresentou picos de filiação ao longo dos últimos três anos, quando foram eleitos os atuais deputados. Houve sempre um fluxo constante de entrada. Em 95, primeiro ano da atual Legislatura, o PSDB conquistou 16 deputados. No ano passado entraram outros 9. E, neste ano, o partido engordou com mais 11 filiações. O deputado federal Arthur Virgílio (PSDB-AM), secretário-geral do partido, disse que esse movimento de aumento da bancada ocorreu contra a sua vontade. Texto Anterior: Para Tasso, crise no partido 'está ótima' Próximo Texto: Como se divide o ninho tucano Índice |
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