São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 1997
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Alunos da academia de polícia iniciam aula de tai-chi-chuan

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os 81 alunos da academia da Polícia Civil de São Paulo, que pretendem se formar delegados, no ínicio de 98, fizeram ontem a primeira aula de tai-chi-chuan, no gramado em frente ao prédio da escola de policiais.
O tai-chi é uma novidade introduzida este ano pelo novo diretor da academia, delegado Tabajara Novazzi Pinto.
Além de aulas de tai-chi, os aspirantes a delegado de polícia terão de fazer cursos de ikebana (arranjo floral), boas maneiras, oratória e direitos humanos.
"A prática do tai-chi é fundamental para policiais, que exercem uma atividade estressante: trabalham com a violência e têm de administrar os conflitos de outras pessoas. O tai-chi visa fazê-los buscar a harmonia e o equilíbrio emocional", disse o professor de tai-chi dos alunos da academia, Luiz Antonio da Silva, 44.
Alunos
"No início, ficamos assustados com as modificações curriculares radicais, como a inclusão do tai-chi. Mas agora estou achando bom. Nós vamos tratar com a violência e por isso precisamos de um ponto de equilíbrio", afirmou o aluno Evandro Lopes Salgado, 30.
"O tai-chi e as outras inovações vão preparar uma polícia mais voltada para a cidadania, o que está sendo exigido pela sociedade", disse o estudante Marcelo Almagro dos Santos, 29.
"Eu achei a aula de tai-chi interessante. Vai contribuir para que o nosso dia-a-dia seja menos conturbado", contou a aluna Milena Davoli Nabas, 23.
"Nosso objetivo é tirar a couraça de arbítrio que alguns aspirantes a policial já vestem antes mesmo de entrar na academia e transformá-los em bons policiais, mais sensíveis e que sirvam ao cidadão", disse Pinto.
Tiro
Além dos cursos, será alterada a instrução de tiro ao alvo. Até o início deste ano, fazia mais pontos quem acertava o tórax ou a cabeça do alvo.
"Agora privilegiaremos os braços e pernas. Perde pontos quem acerta o tórax ou a cabeça. O objetivo primeiro do policial, que não está em guerra, não é matar, mas conter o criminoso", afirmou o diretor.
A outra novidade é a introdução do curso obrigatório de direitos humanos. "Daqui a pouco policial vai fazer dança do ventre. Estão querendo filosofar demais. É o fim do mundo", disse o deputado Conte Lopes (PPB), ex-capitão da Rota.

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