São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
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Novas estações de ar serão pagas com multa

Dinheiro arrecadado no rodízio vai ampliar rede em SP

MARCOS PIVETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Metade dos R$ 6 milhões arrecadados com multas do rodízio de 96 será usada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente para ampliar a rede de estações medidoras da qualidade do ar na região metropolitana de São Paulo e sanar falhas do sistema.
Também deverão ser instaladas estações em cidades do interior, como Sorocaba, São José dos Campos e Campinas, onde não há rede de medição regular.
"Investiremos R$ 3 milhões para aumentar a rede de medição", disse Fábio Feldmann, secretário estadual do Meio Ambiente. Mantida pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), órgão da secretaria, a rede tem 22 estações na Grande São Paulo e 3 em Cubatão.
Segundo Cláudio Alonso, gerente de qualidade ambiental da Cetesb, mais quatro estações deverão ser instaladas na região metropolitana, provavelmente em Interlagos (zona sul de São Paulo), Aricanduva (zona sudeste), Pinheiros (zona sudoeste) e Paranapiacaba (distrito do município de Santo André).
Ozônio
Nos últimos anos, os problemas da rede foram o sucateamento e o fato de não capturar com extrema fidelidade a situação da poluição em alguns pontos da região metropolitana de São Paulo.
A medição do poluente ozônio, por exemplo, era falha em boa parte da Grande São Paulo.
Até o segundo semestre do ano passado, a estação de Mauá -uma das que mais registraram má qualidade do ar por excesso do gás ozônio neste ano- não tinha equipamentos para medir a concentração desse poluente no ar.
Antes da instalação do equipamento medidor desse gás em Mauá, ninguém sabia que essa região apresentava com frequência altos índices de ozônio.
"Sabemos que a rede não é perfeita e pode ser aprimorada. Mas nossas medições são confiáveis. Nunca dissemos que o ar de São Paulo estava bom", disse Alonso.
Segundo ele, a reforma concluída no segundo semestre do ano passado na rede medidora já melhorou o grau de precisão da medição de poluição.
As estações da Cetesb medem os níveis de concentração de seis poluentes no ar -hidrocarbonetos, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio, monóxido de carbono, ozônio e partículas inaláveis.
Apenas as estações do parque Dom Pedro 2º e de São Caetano medem a concentração de todos esses poluentes no ar. As demais estações detectam a existência de alguns desses poluentes, mas não de todos. "Não é necessário medir todos os poluentes em todos os lugares", disse Alonso.

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