São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
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Corinthians se mobiliza para afastar crise

LUIZ CESAR PIMENTEL
DA REPORTAGEM LOCAL

"Uma vitória contra o Palmeiras afasta toda a possibilidade de crise e também a ameaça de rebaixamento." Com essa frase, o gerente de futebol do Corinthians, Paulo Angioni, sintetiza a importância que o time está dando para o clássico de domingo.
Assim, após a derrota para o Botafogo, a terceira seguida no torneio, os jogadores desembarcaram ontem em São Paulo com uma série de medidas antecipadas visando a preparação para o jogo.
Os corintianos tiveram a concentração para a partida adiantada para logo após o treino desta tarde.
Antes do treino, os membros da comissão técnica participarão de uma reunião com o vice-presidente de futebol, José Mansur Farhat, na qual serão discutidos os rumos a seguir.
Além disso, o time decidiu transferir a partida do Pacaembu para o Morumbi, um campo maior, onde, teoricamente, a pressão da torcida sobre o time diminui.
"Na minha opinião, essa medida foi tomada porque um campo mais espaçado facilita uma equipe que trabalha em velocidade, como o Corinthians", afirmou Angioni.
A importância do jogo é ressaltada pelo volante Gilmar, que não participará do clássico por ter tomado o terceiro cartão amarelo contra o Botafogo.
"Se ganhar do Palmeiras, não precisa mais nem ser campeão", valoriza o atleta corintiano.
Responsabilidade
A derrota para o Botafogo, no entanto, ainda mostra reflexos dentro do grupo.
O técnico Joel Santana resolveu eximir-se da responsabilidade pelo fraco futebol apresentado e transferiu-a aos jogadores.
"Por que quando o time perde a responsabilidade é minha e quando o time ganha os méritos são de todos?", afirmou.
"Eu estou com vergonha pelo futebol apresentado e acho que os jogadores também", completou.
Os atletas, porém, têm opiniões diferentes para a atual situação atravessada pelo time.
"No primeiro semestre, quando a gente ganhou o Paulista, o time trabalhava bem a bola. Agora, não está acontecendo isso. Eu sei que o Corinthians é raça, mas não dá para viver só disso", tentou explicar o meia Souza.
Já o zagueiro Sangaletti, que tem sido aproveitado por Joel no meio-campo, afirma desconhecer os motivos que impedem o time de ter um melhor desempenho na competição.
"Se eu soubesse o que está acontecendo, seria o primeiro a passar para todo mundo e resolver a situação", disse.
E já começa a fazer contas.
"Se nós ganharmos sete dos dez jogos que faltam, chegamos entre os oito e passamos à próxima fase."

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