São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997 |
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Campanha antiprojeto sai em 9 dias FÁBIO VICTOR FÁBIO VICTOR; MARCELO DAMATO
Os clubes da primeira divisão do Brasileiro deverão colocar na mídia até o final da próxima semana a campanha de "esclarecimento" sobre a sua posição em relação ao projeto de lei Pelé. Os clubes são contrários às mudanças propostas em relação à lei atual: clube-empresa obrigatório, fim do passe, e fiscalização dos dirigentes. A campanha será realizada por uma comissão de cinco representantes de clubes, liderada por Jayme Franco, do São Paulo, e Ernani Buchmann, do Paraná Clube. A campanha será veiculada em TVs, rádios e jornais. Ainda não há uma estimativa de custos. Buchmann ofereceu a Franco os trabalhos gratuitos de sua agência de publicidade, a Get, mas disse que o paulista sugeriu a Ammirati Puris Lintas, de São Paulo. A decisão deverá sair na próxima segunda-feira. Caso o grupo pague pela campanha, deverá gastar, conforme Buchmann, "entre US$ 2,5 e US$ 3 milhões". Ele ressalta que a sua agência é "pequena", enquanto a Lintas é "uma das maiores do mundo". Franco, que é diretor de Marketing do São Paulo e da Federação Paulista de Futebol, afirmou que a campanha não vai atacar Pelé nem seu projeto. "Naquilo que concordarmos, vamos dar nosso apoio. No restante, vamos apresentar propostas para melhorar o projeto." A campanha deverá durar 30 dias. Os comerciais para a TV deverão ser veiculados pelas redes Globo e Bandeirantes, que exibem os jogos do Brasileiro. Os representantes dos clubes pretendem ainda, segundo Buchmann, participar intensamente de programas de rádio e mesas-redonda sobre futebol na TV. "São excelentes canais de comunicação com o público interessado em futebol", disse. "Não temos tempo a perder", disse Ernani Buchmann, presidente do Paraná e da comissão, referindo-se ao regime de urgência do projeto, que obriga a Câmara a votá-lo até o dia 2 de novembro. A entrada dos clubes na mídia é a mais visível das estratégias para derrubar os pontos com os quais discordam no projeto, mas tem menos peso do que as manobras de bastidores planejadas. A partir da próxima semana, os membros da comissão se reunirão com os líderes dos partidos em Brasília. "A partir desse contato, vamos conversar com os parlamentares um a um", disse Buchmann, que vai promover um almoço entre parlamentares e clubes do Estado no início da semana. O presidente do Clube dos 13, entidade que reúne 16 clubes da primeira divisão, defendeu ontem mudanças no projeto. Ele disse ser a favor do fim do passe dos jogadores, mas apenas para transações dentro do Brasil, e após um tempo de transição. Afirmou que, se a Casa Civil se apoiou na legislação espanhola, deveria ter copiado o modelo que rege os clubes. Lá, segundo ele, a transformação em empresas foi opcional e feita só pelos clubes endividados. Isso abrangeu quase todos, mas não Barcelona e Real Madrid. Koff criticou o ministro Pelé por querer revogar a Lei Zico. "Se vai aproveitar quase 80%, deveria ter revogado apenas alguns artigos. Isso é vontade de aparecer." LEIA MAIS sobre a reação à lei Pelé na pág. 3-12 Texto Anterior: Corinthians se mobiliza para afastar crise Próximo Texto: Ato 'falsifica' apoio santista Índice |
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