São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
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ONG pede ação mundial contra incêndio

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS; DA REPORTAGEM LOCAL

Reportagem Local
O Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla em inglês) pediu ontem uma imediata ação internacional para impedir o avanço dos incêndios na Indonésia.
O fogo, que já atingiu cerca de 7.000 km2, cerca de um terço da área do Estado de Sergipe, é responsável pela nuvem de fumaça que cobre grande área do Sudeste Asiático, atingindo, além da própria Indonésia, Tailândia, Malásia, Filipinas, Cingapura, e Brunei.
Ao menos duas pessoas morreram em consequência de complicações respiratórias e mais de 50 mil apresentam problemas provocados pela fumaça.
"Nós precisamos de um esforço coordenado internacional para deter o fogo na Indonésia e prevenir ocorrências similares", disse o diretor-geral da WWF, Claude Martin. "O céu do Sudeste Asiático tornou-se amarelo, e as pessoas estão morrendo", disse.
Segundo Paulo Lyra, diretor de comunicação da WWF-Brasil, o esforço mundial consistiria no envio pela comunidade internacional de recursos humanos e materiais para a região.
Horas antes das declarações de Martin, o presidente da entidade ambiental, Syed Babar Ali, havia dito que os focos de incêndio eram uma "catástrofe mundial".
O governo indonésio acusou grandes companhias agrárias de ter ateado fogo a diversas áreas para a limpeza de campos de cultivo. Os incêndios saíram fora de controle devido ao clima extremamente seco causado pelo fenômeno El Niño -um aquecimento anormal das águas do Pacífico.
O presidente da Indonésia, Suharto, ordenou ontem autoridades do país a uma mobilização para combater a crise na região.
Segundo o Azwar Anas, do Ministério do Bem-Estar, mais de 9.000 pessoas participam das operações contra o fogo, das quais 1.200 são bombeiros malasianos.
As chances de sucesso das operações, porém, foram desconsideradas por autoridades na Indonésia.
"A ação contra o fogo não é suficiente e foi iniciada muito tarde", disse um especialista ambiental que não quis ser identificado. Segundo ele, os incêndios estão se propagando desde julho.
Para o presidente da WWF, não se conhece um meio de apagar os incêndios. "Precisamos de uma boa chuva, mas isso parece que não vai ocorrer", afirmou Babar Ali. A entidade disse que, nos últimos dois dias, mil novos focos de incêndio surgiram na região.
Os EUA e o Reino Unido estão desaconselhando viagens aos países afetados pela fumaça. O Canadá vai enviar especialistas no combate a fogo para a região. Japão e Austrália prometeram ajuda.

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