São Paulo, domingo, 28 de setembro de 1997
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Homens seguem as regras dos números

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Agenor Dias da Silva, 42, sócio do bar Charles Edward e da corretora Brasília, acredita fielmente nos números.
Seu apelido -Kyko- soma oito na numerologia, o que significa um ótimo número para os negócios (veja texto abaixo).
Na corretora -que está alugada e que ele deve voltar a operar no final do ano-, o número de clientes nunca soma quatro.
"Mudei o nome de Panbrasília para Brasília para ter o número oito", diz Kyko, que já atuou por 17 anos no mercado financeiro.
Os algarismos que formam os preços do cardápio do bar totalizam três, cinco ou oito. "Cinco significa viagem, e uso-o para os pratos dos quais espero uma boa saída. Dá certo", exemplifica.
O endereço do bar também ganhou um "d" na placa, novamente para somar oito. "Quando entrei, tínhamos 1.500 clientes por mês; hoje são 8.000", afirma.
A numerologia -traduzida como o estudo da significação oculta dos números e de sua influência no destino das pessoas (ou empresas)- está atraindo o interesse de profissionais liberais e executivos.
"Eles escolhem o nome da empresa e a data de inauguração para garantir que o negócio vai dar certo", diz a numeróloga Suely de Souza, há dez anos no mercado.
Para seus críticos, a numerologia é um caminho mais preguiçoso ou menos trabalhoso para encontrar soluções para o negócio.
"É a forma de equilibrar numerologicamente a empresa", defende-se o consultor Sérgio Savian.
Engenheiro de formação, Savian é um seguidor da numerologia, que usa tanto profissional como pessoalmente.
"Não começo um trabalho sem saber a data de nascimento da pessoa", afirma Savian, que também se especializou no assunto. Sócio de um hotel-spa na serra da Mantiqueira, ele contrata funcionários baseado nos números.
Em suas consultorias na área de qualidade de vida, encontra clientes arredios à técnica. "Respeito os clientes, mas acabo usando implicitamente a numerologia."
O publicitário Hélio Atchia Júnior, 44, descobriu os números há três anos. A primeira providência foi mudar o nome-fantasia de sua agência, que, de Azimuth Zero, passou para Azimuth NS.
"A empresa tinha o número nove, que é muito generoso. Passei para o oito. Antes da mudança, tudo que entrava de dinheiro saía. Agora, a situação melhorou."
Suely diz que nem todos os homens gostam de divulgar sua confiança nos números. Todos, no entanto, procuram equilibrar o cartão de visitas e conhecer seus sócios de acordo com os números.

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