São Paulo, domingo, 28 de setembro de 1997
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Cruzeiro luta contra maré de fracassos

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O Cruzeiro, depois de ter conquistado há pouco mais de um mês a Taça Libertadores da América, vive, agora, um período de repetidos fracassos.
Faltam 65 dias para a disputa do título do Mundial interclubes, em Tóquio (Japão), contra o time alemão do Borussia Dortmund. A partida será realizada no dia 2 de dezembro próximo.
O time mineiro vai mal nas duas competições que está disputando no momento: o Campeonato Brasileiro e a Supercopa.
Por isso, tem jogado sob constantes vaias da sua torcida, o que vem irritando os jogadores.
Hoje, contra o Sport, em Recife, o Cruzeiro vai em busca de algo que não consegue há mais de seis meses -vencer uma partida fora de casa.
A última vitória em campo adversário ocorreu no Campeonato Mineiro, em 18 de maio, contra o Montes Claros (2 a 1).
Faz três partidas que o time não marca nem sequer um gol no Campeonato Brasileiro.
O Cruzeiro está, desde o início da competição, na zona de rebaixamento à Série B.
Tem apenas 17 pontos em 45 disputados e ocupa a 22ª posição no campeonato nacional.
Quando assumiu o time, em 18 de agosto, o técnico Nelsinho Batista, ex-Corinthians, disse que sua primeira missão no clube mineiro seria "tirar o atraso" em relação ao Brasileiro. Até agora, não conseguiu realizar essa missão.
Otimismo
Nelsinho, entretanto, acha que o time vai "bem tecnicamente", ao contrário da torcida cruzeirense, que está insatisfeita e pede a contratação de novos jogadores.
"O time está buscando readquirir o ritmo. Está evoluindo tecnicamente e taticamente. Vai chegar bem no final do ano para a decisão em Tóquio", disse ele, que, a cada partida do Cruzeiro, pede "paciência" à torcida.
"Ela (a torcida) precisa ter mais paciência com o time. Os jogadores não são máquinas. Qualquer um, quando é cobrado, tenta acertar, o que acaba gerando intranquilidade", disse ele.
Os jogadores também têm reclamado muito do comportamento da torcida, mesmo reconhecendo o momento ruim do time.
"Ninguém se omitiu e nem vai se omitir, mas não dá, é difícil. A torcida quer o time goleando sempre e dando espetáculo. Peço aos torcedores que nos apóiem, principalmente nos momentos difíceis", disse o zagueiro Gottardo.
"O time não vem jogando bem. É preciso corrigir os erros, mas não adianta ficar falando demais e não corresponder em campo. E não adianta também esquentar a cabeça com isso (as vaias)", diz o atacante Marcelo.

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