São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 1997
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Estudantes dizem ter sido agredidos

DO NP

Os estudantes E.O.C., 16, C.E.S., 17, e C.A.G., 15, acusam os seguranças Fábio Rodrigues Moreira, 29, e Marcelo Juste, 25, de tê-los agredido a socos e pontapés sábado, às 21h40, no Shopping Metrópole, em São Bernardo (ABC).
No 1º DP, os estudantes contaram que estavam brincando no shopping, quando foram xingados, jogados contra os vidros das vitrines, arrastados pelos cabelos, chutados e esmurrados pelos seguranças, que queriam expulsá-los por desordens.
E.O.C. disse que o corte em seu supercílio direito foi causado por um soco desferido por um dos seguranças, que o havia arremessado contra uma pilastra. C.E.S. falou que foi chutado nas pernas, esbofeteado e socado na barriga. C.A.G., mancando da perna direita, acusou os seguranças de o terem chutado.
Ao tentar fugir da perseguição dos seguranças, os estudantes teriam chutado alguns carros no estacionamento.
Pegos, teriam sido levados para a sala da segurança.
O pai de C.A.G., o engenheiro Helmut Gruber, 37, estava no cinema do shopping com a mulher quando foi avisado, pelo celular, de que estava havendo tumulto.
Ao sair para ver o que estava acontecendo, o engenheiro viu um corre-corre.
Quando encontrou o filho e os amigos machucados, o engenheiro foi ao 1º DP para denunciar os agressores. Os estudantes fizeram exame de corpo de delito.
O gerente patrimonial do shopping, Gisley Cardoso, 36, nega as agressões, afirmando que um grupo de estudantes estava obstruindo as passagens.
Quando os seguranças chamaram a atenção dos garotos, foram agredidos, segundo Cardoso. E, ao tentar fugir, os estudantes danificaram carros de clientes.
Cardoso disse que tumultos envolvendo estudantes são comuns no shopping e que a superintendente do Metrópole, Emília Rita Conte, teria oficiado ao juiz da Vara de Menores e da Infância e Juventude, pedindo providências.
Outro ofício teria sido mandado para o comando da Polícia Militar da região, mas não houve resposta.
"Mais de 2.000 estudantes frequentam o shopping nos fins-de-semana e quase sempre acontecem badernas e desordens", disse Cardoso, que já teria encontrado adolescentes quase em coma devido ao excesso de bebida.
"Temos uma garrafa de tequila apreendida com um estudante. Eles compram as bebidas fora, colocam numa sacola plástica e trazem para consumir no shopping."
Os seguranças Fábio Rodrigues Moreira e Marcelo Juste fizeram exame de corpo de delito.
O 1º DP fez um Termo Circunstanciado e dispensou os estudantes e seguranças.

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