São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 1997 |
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Casa da Leitura joga fora 300 livros
ANNA LEE
Jogou no lixo cerca de 300 livros que, segundo o chefe de gabinete da Biblioteca Nacional, João Carlos Sepúlveda, não serviam mais. "De tempos em tempos, 'descartamos' os livros que estão rasgados ou faltam páginas", disse. O publicitário José Luís Neves, 27, amigo da família de Sara Ribeiro de Pinho, 75, vizinha da Casa da Leitura, ao passar pelo local, estranhou ver ao lado dos sacos de lixo oito caixas de papelão repletas de livros. "Perguntei para uma funcionária se poderia levá-los, ela disse que sim, pois seriam recolhidos pelo lixeiro", disse o publicitário. Neves carregou as caixas para a casa de Pinho. No meio dos livros, encontrou "Gabriela", de Jorge Amado, "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, "Ubirajara", de José de Alencar, e "Os Miseráveis", de Victor Hugo, todos em perfeito estado, segundo Pinho. Três das caixas continham a série "Brincando na Praça", do Programa Integrado de Leitura Básica, do Ministério da Cultura. "Os livros ainda estão empacotados. Nunca foram manuseados", disse Pinho. Ao ser informado de que, entre as obras descartadas, havia algumas em bom estado, Sepúlveda garantiu que "não houve prejuízo", que elas foram recuperadas. Segundo ele, as que estiverem em condições de leitura serão doadas para bibliotecas do interior. "O fato foi lamentável. Um funcionário deve ter se enganado ao separar os livros destinados à doação e os que não podem ser aproveitados. Já estamos apurando, e os responsáveis serão punidos com rigor", disse Sepúlveda. José Luís Neves garante que não foi procurado pela Casa da Leitura e que pretende guardar os livros. "Encontrei-os no lixo, agora são meus", disse. Texto Anterior: Artistas recebem hoje o Prêmio Santista Próximo Texto: Evento aborda cine latino-americano Índice |
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