São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 1997
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Dança e cachaça animam noite mineira

ROSEANE SANTOS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

"Aqui, nesse mundinho fechado, ela é incrível." Nem precisa ir a danceterias para saber que os versos são de "Garota Nacional", hit do grupo mineiro Skank.
Mas, para conhecer o mundinho, nem um pouco fechado, só mesmo visitando Belo Horizonte.
Oferecendo opções que vão do sofisticado ao popular, a capital mineira não deixa nada a desejar diante das grandes metrópoles.
A definição da noite mineira se mistura entre os mais variados discursos dos empresários que fazem dela uma atração.
Com 20 anos de experiência no ramo, a dona do bar e café São Jorge, Nely Rosa, já perdeu a conta das histórias que presenciou.
Ela chegou a encontrar um casaco com US$ 2.000. O dinheiro havia sido doado para um bazar que funcionava dentro do café. O bar é usado para apresentações de contos, cantorias e um forró.
O público do bar e café São Jorge varia entre intelectuais e seus filhos, mas a garotada que se adapta mais à música eletrônica pode contar com outra alternativa.
Há aproximadamente um ano, surgiu uma danceteria com um estilo diferente: a Willow.
Criada pelos empresários Oswaldo Naves, 26, e Ronaldo Oliveira, 27, utiliza o trabalho de anões caracterizados de acordo com a história de Branca de Neve.
São 8 anões, 2 Brancas de Neve e 2 príncipes que, além de servir as bebidas, também animam a danceteria com performances.
Há quem diga que os anões são explorados e ridicularizados, mas eles não se queixam do trabalho.
Comida
Há na capital mineira casas para quem está à procura de um lugar mais calmo para conversar ou quer saborear uma boa comida.
Um dos mais tradicionais restaurantes de Belo Horizonte fica no bairro Savassi. Trata-se do Chico Mineiro, que aposta na comida caseira e no bom atendimento.
Na mesma linha está o Dona Lucinha. Ambos com preços que variam de R$ 10 a R$ 18.
Tão famosa quanto a comida é a bebida mineira. Para falar sobre isso, ninguém melhor que Dirlene Maria Pinto, 35, diretora da Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade.
Ela é dona da Alambique, casa que já faz parte dos atrativos turísticos da noite de Belo Horizonte.
Dentro de um ambiente rústico e com vista panorâmica, o visitante tem à disposição 60 variações de coquetéis de cachaça, com frutas, refrigerantes, raízes medicinais e bebidas curtidas em coco.
Quem não dispensa o chope também estará bem servido. Atualmente, a moda das casas do ramo é colocar a chopeira na própria mesa, como fazem o Haus Munchen e o Columbia.
Os embalos da noite não estão somente dentro de danceterias ou restaurantes. A Belotur promove eventos gratuitos e ao ar livre.
Um é conhecido como "Música ao Pé das Árvores". Ocorre às terças, a partir das 18h, com canções dos anos 60. Quem visitar o parque das Mangabeiras pode assistir ainda a "Seresta ao Pé da Serra", ao cair da noite de sexta.

Endereços - Bar e Café São Jorge: r. Sergipe, 1.199, Savassi; Willow: r. Sergipe, 1.331; Alambique: av. Raja Gabaglia, 3.200, São Bento; Columbia Beer Bar: r. Santa Heliodora, 141, Lourdes; Haus Munchen: r. Juiz de Fora, 1.257; Chico Mineiro: r. Alagoas, 626, Savassi; Dona Lucinha: r. Padre Odorico, 38, Savassi

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