São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 1997
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Cardeal pode ir à TV

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

A dois dias do início da visita do papa João Paulo 2º, a Arquidiocese do Rio de Janeiro ainda não conseguiu dinheiro suficiente para cobrir as despesas já compromissadas, que somam R$ 7,4 milhões. O rombo no orçamento, até a tarde de ontem, era de R$ 1,15 milhão.
Segundo o coordenador de marketing da comissão organizadora, Jomar Pereira da Silva, se o rombo persistir, o cardeal-arecebispo do Rio, d. Eugenio Sales, irá à televisão, após a visita, pedir contribuição extra dos fiéis.
A arquidiocese chegou a cogitar cortar alguns gastos, como a iluminação especial do estádio do Maracanã para a Festa Testemunho, programada para sábado à tarde, mas desistiu da idéia.
"A arquidiocese quis manter a grandiosidade do evento e vamos buscar formas de cobrir os custos", afirmou Pereira da Silva. Só a iluminação especial do Maracanã custará R$ 200 mil.
Até agora, foram arrecadados R$ 3,45 milhões em dinheiro e R$ 2,8 milhões sob a forma de serviços e equipamentos. Para fechar o orçamento, diz ele, é preciso que R$ 1,15 milhão em dinheiro vivo entre no caixa até 15 dias após o término da visita.
Lei Rouanet
Para facilitar as doações pelas empresas, o Ministério da Cultura considerou o ato religioso no estádio do Maracanã como evento cultural, ou seja, passível de receber doações com o benefício fiscal (redução de Imposto de Renda) previsto na Lei Rouanet.
Esse "empurrão" do governo federal surtiu pouco efeito prático. Segundo Jomar Pereira da Silva, foram arrecadados R$ 600 mil pela Lei Rouanet. A cifra equivale a menos de 20% do total das doações em dinheiro recebidas até agora.
A fraca resposta das empresas ao incentivo concedido pelo governo é atribuída a dois fenômenos. Segundo o coordenador, quando o evento do Maracanã foi incluído na Lei Rouanet, a maior parte das empresas já havia se comprometido com outros eventos culturais.
Outro fator, afirma, é o receio das empresas de vincular suas marcas a uma religião.

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