São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 1997
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Congestionamento pós-rodízio cresce 122%

CRISPIM ALVES; FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

A cidade de São Paulo voltou ontem à rotina de congestionamentos extensos no tamanho e no tempo de duração.
No primeiro dia sem o rodízio de carros, o pico de lentidão na parte da tarde foi 122% maior que a média registrada no mesmo horário entre agosto e setembro, durante o programa de restrição de veículos.
Com o fim do rodízio, as ruas e avenidas da cidade receberam a mais os cerca de 500 mil veículos que deixavam de circular diariamente. Consequência: 162 km de congestionamento às 19h.
Durante o rodízio, segundo Luiz Carlos Santos Cunha, diretor de operações da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), os congestionamentos na parte da tarde atingiam, em média, 73 km.
Além do fim do programa de restrição, outros dois fatores contribuíram para o trânsito ruim: chuvas e um acidente no início da rodovia Dutra que ajudou a complicar o trânsito na marginal Tietê.
O pico de congestionamento na tarde de ontem também ficou acima do registrado na segunda-feira anterior à implantação do rodízio (104 km no dia 16 de junho) e da média aferida no mesmo período durante o mês de setembro do ano passado (em torno de 148 km).
Segundo a CET, a situação tende a piorar ao longo da semana, principalmente se voltar a chover.
Chuva
A chuva que atingiu a cidade no início da tarde de ontem deixou os técnicos da CET em uma espécie de pré-estado de atenção. Por sorte, a chuva foi rápida. "Oficiosamente, estávamos em estado de alerta", declarou Cunha.
Não foram registrados pontos de alagamento intransitáveis, mas, entre as 14h30 e as 15h30, os índices de lentidão ficaram em torno de 50 km. Na Radial Leste, por exemplo, uma enorme poça fez com que os motoristas reduzissem a velocidade ao entrar na ligação leste-oeste.
O problema causou uma lentidão de cerca de 9 km na Radial, entre a poça de água e a avenida Aricanduva. Outro ponto de alagamento na marginal Tietê congestionou a pista local da via, no sentido Penha-Lapa, na altura da ponte Júlio de Mesquita Neto.
Irritação
Avenida parada é sinônimo de motorista irritado, disse a economista Márcia Calil André, depois de enfrentar um congestionamento na avenida Francisco Morato (zona sudoeste).
"O trânsito está um inferno. Para ir do Palácio dos Bandeirantes (no Morumbi) para Pinheiros demorei 40 minutos. Durante o rodízio, ia em 15 minutos", afirmou.
O publicitário Francisco Costa também se irritou com o fim do rodízio e a volta da lentidão. Ele demorou uma hora e meia para ir ao trabalho. Durante a restrição, gastava 40 minutos.
(CRISPIM ALVES E FABIO SCHIVARTCHE)

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