São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 1997
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Marronzinho vive dia de 'tensão total'

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

"QAP (está na escuta), central? Se puder dar um apoio é bom, porque a coisa está ruim por aqui no Minhocão."
"Não vai dar. Estou parado aqui na Bela Cintra."
Em dia de caos no trânsito de São Paulo, nem os marronzinhos da CET escapam.
O diálogo, captado pelo rádio de frequência modulada da central de operações, foi entre agentes de tráfego da CET, que estavam na rua às 19h de ontem, pico do trânsito na cidade.
O mesmo clima de tensão desses marronzinhos, incapazes de fugir do trânsito, assim como outros milhares de paulistanos, era sentido pelos técnicos da central de operações da CET.
O fim do rodízio trouxe de volta a maratona de medição do trânsito. Isaque Eli dos Santos, responsável pelo painel usado para medir os trechos de congestionamento, já demonstrava sinais de cansaço uma hora depois de ter iniciado seu turno de trabalho.
A cada meia hora, ele recebe cerca de cem formulários para atualizar a medição. Formulário amarelo, novos congestionamentos. Formulário rosa, trânsito normal.
"Parece que o trânsito não vai acabar nunca", exclamou Santos, às 18h45.
Mas a situação ainda iria piorar. Os telefones da central não paravam de tocar um minuto.
Eram chamados de técnicos e fiscais passando novas informações -mais formulários amarelos- e da população (pelo telefone 194) querendo saber como escapar do caos.
"O barulho e o estresse são sempre assim. Só acalmou um pouco durante o rodízio, quando o trânsito diminuiu", disse Ronaldo Netto, coordenador da central de operações. "Mas só de imaginar o que nos espera até o final do ano, já dá um frio na barriga."

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