São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 1997
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Rede de prostituição recebe 5 acusações

DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Civil concluiu ontem a primeira fase das investigações sobre a rede de prostituição infanto-juvenil descoberta em São Paulo. Entre as acusações feitas pela polícia estão tráfico de drogas, facilitação à prostituição, corrupção de menores, formação de quadrilha e atentado violento ao pudor, que é crime hediondo.
Seis pessoas foram presas, três delas em flagrante. As outras três tiveram prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça.
Cerca de dez meninas aliciadas pelo esquema foram identificadas. Elas são moradoras de Francisco Morato (Grande São Paulo) e das zonas sul e leste de São Paulo. Algumas foram aliciadas na escola.
O inquérito foi entregue ontem ao Ministério Público, que deverá definir em cinco dias se irá denunciar ou não os acusados no caso a fim de que seja aberto um processo criminal. "Se eu não tivesse convicção da materialidade e da autoria desses crimes, eu não teria relatado o inquérito", afirmou o delegado Romeu Tuma Junior, da Delegacia Seccional Sul.
Além de Jane, estão presos o policial militar Itamar Bueno Teixeira de Castro, 42, Márcio Queiroz, Maria Israelita Ramos, o comerciante Carlos Alberto de Oliveira Santiago, 35, e o empresário Serafim de Tomaso, 52.
Castro foi detido no apartamento de sua namorada, Jane, quando estaria sendo preparada a entrega de três adolescentes de 15 anos e de uma de 16 anos ao comerciante Santiago. Ele as esperava em um motel na zona sudoeste.
Tomaso foi detido na quarta-feira passada sob a acusação de haver encomendado uma menina virgem de 11 anos. Márcio e Maria foram presos na última sexta-feira em Diadema (Grande São Paulo) e acusados de terem participado da intermediação da virgem C., 11.
Segundo a polícia, C. reconheceu clientes e membros da rede com quem teria mantido contato. Ela também prestou depoimento.
Continuação
O inquérito do caso tem cerca de 500 páginas. A primeira fase foi concluída, mas a polícia pediu que a apuração do caso continue separadamente. "Poderemos ouvir outras pessoas", afirmou Tuma Junior.
O delegado disse que entre essas pessoas deverão estar as que constam das agendas de Jane. De acordo com a Polícia Civil, existem cerca de 30 nomes de homens nas três agendas apreendidas.

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