São Paulo, sexta-feira, 4 de dezembro de 1998 |
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Confronto com a PM deixa 18 feridos em SP População queria impedir votação EDMILSON ZANETTI
O confronto durou quase sete horas e envolveu 10% da população de Neves Paulista (465 km a noroeste de SP), que tem 10 mil habitantes. Começou depois das 20h de anteontem e foi até as 3h da madrugada de ontem. A PM tentava conter uma manifestação de populares que queriam impedir uma sessão extraordinária da Câmara. A oposição votaria mudança no regimento interno para facilitar a cassação de vereadores. O vice-presidente da Câmara, Newton Goulart (PSDB), acusa o prefeito Gilberto Pascon (PL) de ter colocado ônibus da prefeitura para buscar aliados para o protesto. Segundo o vereador, parentes do prefeito e servidores públicos lideraram a manifestação. O prefeito nega. Ele disse que, durante o tumulto, estava em sua casa jogando baralho e não quis se envolver. Disse que chegou a ser procurado pelo comando da PM para intervir, mas se recusou. A sessão aconteceu à luz de velas, depois que os manifestantes desligaram a energia, apedrejaram o prédio e jogaram ovos e tomates nos vereadores. Na primeira intervenção da PM, o lavrador José Alves Macedo, 43, perdeu três dedos, com a explosão de uma bomba de gás lacrimogêneo em sua mão esquerda. Segundo a PM, ele foi pegar a bomba para atirar de volta nos policiais. Sua mulher, Maria Alves Macedo, 42, disse que a bomba explodiu quando ele tentou correr. Os oito vereadores da oposição deixaram a Câmara escoltados. Quando a situação parecia calma, às 23h, a PM se afastou. Os manifestantes voltaram, invadiram a Câmara e destruíram portas, janelas, objetos de escritório e atearam fogo em uma cobertura na entrada do prédio. O tumulto se estendeu até a praça central, a 1 km da Câmara. (EZ) Texto Anterior: Preso diz ter recebido 50 cartas Próximo Texto: Pepebista reassume Prefeitura de Bauru Índice |
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