São Paulo, sexta-feira, 4 de dezembro de 1998
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Promotor pede a quebra do sigilo de fiscal acusado de corrupção

ARIEL KOSTMAN; ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

O sigilo bancário e fiscal do chefe dos fiscais da Regional de Pinheiros, Marco Antonio Zeppini, 40, pode ser quebrado hoje. Ele foi preso anteontem em flagrante, acusado de concussão (exigir vantagem ou bem para deixar de cumprir função pública).
O pedido foi encaminhado ontem à Justiça pelo promotor Gilberto Marcos Garcia, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
Equipe da Rede Globo gravou imagens de Zeppini recebendo um cheque de R$ 30 mil da comerciante Soraia Patricia da Silva, 24, que assim ficaria "livre" de multas no total de R$ 55 mil para regularizar o imóvel onde fica sua academia de ginástica.
Em seguida, foi feito o flagrante, no qual também foram apreendidos com o chefe dos fiscais cheques no valor total de R$ 50 mil e R$ 17.690 em dinheiro. Outros R$ 27 mil, em dinheiro, foram achados no porta-malas de seu carro.
Anteontem, Zeppini disse que só falaria sobre o assunto à Justiça. Ontem, a Folha procurou seu advogado, Rubens Carlos Criscuolo, mas ele não respondeu às ligações.
Com a quebra do sigilo de Zeppini, os promotores acreditam que será possível descobrir o envolvimento de outros funcionários. "Acreditamos que não seja um fato isolado", disse Garcia.
Corregedoria
Ontem, o prefeito Celso Pitta (PPB) anunciou a criação de uma corregedoria para receber denúncias de corrupção.
O vice-prefeito, Régis de Oliveira (PFL), foi encarregado de montar a corregedoria. Ele ficou de convidar membros das Policias Civil e Militar e do Ministério Público para participar do órgão. A criação da corregedoria depende da aprovação de um projeto de lei, a ser enviado em breve à Câmara.
Em 97, também após denúncias de corrupção, a prefeitura criou uma ouvidoria na Secretaria das Administrações Regionais. Desde então, houve 44 sindicâncias por corrupção e duas pessoas foram punidas com exoneração, segundo a Secretaria de Comunicação Social. Os casos foram encaminhado à Justiça para eventual responsabilização penal.
Pitta diz que a corregedoria será mais ágil, porque será ligada a seu gabinete. (ARIEL KOSTMAN e RG)

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