São Paulo, sexta-feira, 4 de dezembro de 1998
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Paciente engordou e agora evita a balança

CARLA CONTE
DA REPORTAGEM LOCAL

"Eu consegui engordar tanto que até evito subir na balança", diz a ex-instrumentadora cirúrgica Denise Silveira, 37.
Denise é doente de Aids desde 95 e chegou a pesar 49 quilos. Afastada do trabalho por mexer em instrumentos cortantes, hoje ela pesa 68 quilos.
O principal aliado na luta contra a doença, segundo Denise, é o uso do coquetel anti-Aids -ela toma diariamente dez comprimidos.
"O número de células de defesa do meu corpo aumentou muito", afirma Denise, que já teve uma série de doenças oportunistas, como tuberculose e início de pneumonia.
Segundo Denise, o grande segredo para ter uma vida melhor é fazer uso do coquetel e "ser muito disciplinado".
Um dos primeiros a tomar o coquetel quando começou a ser distribuído pela rede pública de saúde, José Ricardo Fernandes, 36, diz que sem os remédios "já estaria morto".
"Eu cheguei a ter muito poucas células de defesa no meu organismo. Hoje aumentou bastante", afirma Fernandes, que toma 30 comprimidos por dia. Ele tem o HIV há dez anos, mas a doença só começou a se manifestar no final de 95.
Ele ficou cego do olho direito e tem 15% da visão esquerda, em decorrência de infecções oportunistas, e foi afastado do trabalho. "Quando comecei a tomar o coquetel, meu corpo já estava muito debilitado. O remédio não faz milagre, mas hoje eu estou muito melhor e mais disposto."
Fernandes só faz uma queixa: "Ninguém dá ainda atenção à Aids ocular. O tratamento e o medicamento não são muito acessíveis".

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